O Sol está passando por dias turbulentos. Tempestades solares, ejeções de massa coronal e auroras boreais na Terra são apenas alguns dos eventos envolvendo o astro nas últimas semanas.

Todas as agências espaciais do mundo estão de olho na atividade solar, mas a Organização Indiana de Investigação Espacial (ISRO) tomou a dianteira em divulgar suas primeiras observações, recolhidas por meio de missões espaciais e estações terrestres.

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Conclusões da Índia sobre tempestades solares

Entre as estações terrestres, a ISRO relatou que sua base de lançamento de foguetes Thumba, da Indian Network for Space Weather Impact Monitoring (Rede Indiana para Monitoramento do Impacto do Clima Espacial, em tradução livre), registrou, em 11 de maio, aumento de 100% no conteúdo total de elétrons em relação ao dia anterior.

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Já no Espaço, o observatório solar Aditya-L1 e a missão Chandrayaan-2 também visualizaram as tempestades solares.

O Aditya-L1 é a primeira missão da ISRO a observar o Sol e chegou ao local onde está hoje em janeiro deste ano, a tempo de captar as últimas tempestades solares por lá. Alguns dos equipamentos da missão participaram nas observações.

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O Aditya Solar Wind Particle Experiment (ASPEX), por exemplo, coletou dados sobre o vento solar de alta velocidade, plasma de alta temperatura e fluxo de íons durante toda a atividade dos últimos dias. Já os dois instrumentos de raio-x da missão captaram grandes picos em curva de luz durante as explosões solares de classe X e M da semana passada.

A missão Chandrayaan-2, inicialmente responsável por estudar a Lua, provou que não serve apenas para isso. O Monitor Solar de Raios X (XSM) observou os raios-x das explosões solares e aumento nas partículas de alta energia na região.

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Representação artística de uma explosão megapotente no Sol (Imagem: Alones/Shutterstock)

Para que servem esses dados?

Os dispositivos e missões espaciais indianas vão continuar monitorando e coletando dados sobre o Sol. Segundo o Space.com, isso deve ajudar nos estudos do astro nas próximas semanas e meses.

O que está acontecendo no Sol

Nas últimas semanas, o Olhar Digital vem reportando a atividade solar. Veja um resumo:

  • Já no final de março, o Sol estava produzindo erupções solares extremamente poderosas, que, na ocasião, atingiram a classe X1. Tempestades geomagnéticas chegaram à Terra nos dias seguintes (leia aqui);
  • Erupções causadas por manchas solares continuaram a acontecer nas semanas seguintes, impulsionadas por região hiperativa do astro;
  • No começo deste ano, foram dez erupções solares, sendo oito de grau moderado e duas de grau forte, em apenas 12 horas, iniciando uma das mais severas tempestades solares dos últimos 20 anos (leia aqui);
  • A ejeção de massa coronal do Sol em direção à Terra provocou “show” incomum de auroras no céu (leia aqui);
  • Nos últimos dias, esse grupo hiperativo de manchas no Sol produziu várias outras erupções extremas, incluindo de classe X. Alguns locais da Terra, como Austrália e Leste Asiático, relataram apagão completo de ondas de rádio devido aos efeitos (leia aqui).