Nos dias 27 e 28 de junho, foi apresentado em São José dos Campos (SP), o projeto de desenvolvimento do Micro Lançador Brasileiro (ML-BR), foguete nacional que poderá lançar satélites à órbita baixa da Terra a partir da Base de Alcântara, no Maranhão. 

Chamada Revisão Preliminar de Projeto (PDR), a apresentação marca a conclusão da primeira fase de desenvolvimento do foguete, na qual as empresas contratadas submetem as especificações técnicas do veículo à avaliação de especialistas.

publicidade
Revisão Preliminar de Projeto (PDR) do Micro Lançador Brasileiro (ML-BR) em São José dos Campos (SP). Crédito: Cenic

O ML-BR é um Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP) viabilizado por meio de um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), que selecionou dois arranjos empresariais para o desenvolvimento simultâneo de dois veículos – saiba mais aqui.

“Este é um formato inovador, no qual a iniciativa privada foi convidada a ajudar na construção de um projeto nacional de extrema relevância para o país. Esperamos que esta seja uma semente para outros projetos, servindo de alicerce para que o Brasil volte a investir efetivamente nas atividades espaciais”, destacou Ralph Correa, diretor da Cenic, líder de um dos grupos empresariais contratados.

publicidade
Presentes na apresentação da Revisão Preliminar de Projeto (PDR) do Micro Lançador Brasileiro (ML-BR) em São José dos Campos (SP). Crédito: Cenic

Evento apresentou desenhos e detalhes técnicos do foguete

Além da Cenic, são signatárias do edital as empresas Concert Space, PlasmaHub, Delsis e ETsys. Também fazem parte do projeto as empresas Bizu Space, Fibraforte e Almeida, como parceiros estratégicos, bem como o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a  Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB).

De acordo com um comunicado de imprensa da Cenic, participaram da PDR representantes de todas as empresas envolvidas, além de convidados externos, como a Akaer (líder do outro arranjo produtivo selecionado). 

publicidade

“Este é um momento muito importante para o setor aeroespacial brasileiro. Estou muito feliz por poder participar e parabenizo as empresas pelo espírito de equipe, inclusive com interação entre os dois arranjos. Podem contar com o compromisso da Finep para o sucesso do projeto”, disse o superintendente da área de Inovação da Finep, William Rospendowski.

Leia mais:

publicidade

Durante o evento da PDR, foram apresentados desenhos e detalhes técnicos sobre a construção do ML-BR, incluindo projetos elétricos, sistemas de navegação e segurança, telemetria, centros de controle, estrutura, materiais, plataforma de lançamento, além de cálculos de massa, carga, trajetória e aerodinâmica, entre outros.

“Estamos deixando para trás uma fase que representava um certo temor, de que todas essas empresas conseguiriam trabalhar juntas. E sim, estamos superentrosados. Isso mostra que o projeto tem uma possibilidade realista de êxito e que nós temos, de fato, condições de fazer a diferença nesse país”, disse Correa.

Após esta etapa, os profissionais responsáveis pelo ML-BR vão fazer as adequações necessárias e realizar o detalhamento de cada item para a Revisão Crítica do Projeto (CDR), prevista para junho de 2025. Os cálculos, desenhos e estudos constantes nestes documentos servirão de base para a efetiva construção do veículo.