Mais de 1,8 mil pinguins são achados mortos em Florianópolis neste ano

ONG contabilizou 1.970 registros de pinguins em Florianópolis, Santa Catarina, até 30 de julho, com somente 126 deles vivos
Por Flavia Correia, editado por Bruno Capozzi 05/08/2024 14h50, atualizada em 06/08/2024 16h51
pinguins-mortos-Associacao-R3-Animal-1920x1080
Dois dos 1.844 pinguins encontrados mortos nas praias de Florianópolis, Santa Catarina. Crédito: Nilson Coelho/R3 Animal
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Até o dia 30 de julho, a Associação R3 Animal, de Florianópolis (SC), registrou 1.970 pinguins nas praias da capital catarinense. Destes, apenas 126 foram encontrados com vida, segundo informações da organização não governamental (ONG), que é responsável pela reabilitação e reintrodução desses animais ao ambiente natural.

Em um comunicado emitido em junho, a R3 Animal explicou que as mortes ocorrem porque os pinguins migram em bandos em busca de águas mais quentes no litoral brasileiro, mas muitos acabam se perdendo durante o trajeto. Sem forças, não conseguem sobreviver. No mesmo período do ano passado, 2.028 pinguins foram encontrados nas praias de Florianópolis, dos quais apenas 121 estavam vivos.

O primeiro pinguim desta temporada foi avistado em abril, na Praia da Joaquina. Em maio, mais dois foram resgatados, um na Praia do Santinho e outro na Praia do Morro das Pedras. A partir de junho, o fluxo migratório se intensificou, resultando em centenas de registros.

Pinguins fotografados nadando em março de 2024 nas águas de Florianópolis, Santa Catarina. Crédito: Nilson Coelho/R3 Animal

Todos são da espécie Spheniscus magellanicus – os pinguins-de-magalhães, que partem da Patagônia, na Argentina, em direção às praias do Sul e Sudeste do Brasil, viajando entre maio e outubro em busca de alimento nas águas mais quentes. No entanto, ao chegarem exaustos e debilitados, muitos não conseguem retornar ao mar.

Sandro Sandri, veterinário do PMP-BS/R3 Animal, disse ao G1 que é comum o resgate de pinguins juvenis debilitados ou mortos durante essa época. “É normal recebermos esse volume de pinguins juvenis, debilitados ou mortos. É o curso da natureza. Só a interação com a pesca que não é natural. Eles vão atrás do cardume que está sendo pescado, se enredam e acabam se afogando”.

Os pinguins resgatados com vida são levados ao centro de reabilitação da R3 Animal, onde recebem cuidados veterinários até estarem aptos a serem devolvidos à natureza.

Pinguins fotografados em março de 2024 nas areias de uma praia em Florianópolis, Santa Catarina. Crédito: Nilson Coelho/R3 Animal

Leia mais:

O que fazer ao encontrar um pinguim na praia

  • Se avistar o pinguim nadando, mantenha distância. Não é possível realizar o resgate enquanto ele ainda estiver na água;
  • Evite forçá-lo a retornar ao mar. Se o pinguim chegou à praia, é provável que esteja exausto ou incapaz de continuar nadando;
  • Não o coloque em contato com gelo. Pinguins enfraquecidos podem estar sofrendo de hipotermia;
  • Não tente alimentá-lo e mantenha animais domésticos afastados;
  • Caso precise movê-lo para um local seguro até que o resgate chegue, acomode-o em um ambiente seco e aquecido, como uma caixa de papelão;
  • Ao manipular o pinguim, utilize luvas de látex, máscara facial e faça a higienização após o contato.
  • Ao encontrar um animal marinho morto ou debilitado na praia, entre em contato com o PMP-BS: 0800-642-3341.
Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.