Uma equipe de historiadores, geólogos, físicos e arqueólogos da Espanha desenvolveu uma nova teoria para explicar como uma antiga cultura neolítica construiu o Dólmen de Menga, um monumento megalítico cujas pedras podem pesar até 150 toneladas – quase o dobro do peso médio de um avião comercial.

Publicado na revista Science Advances, o estudo oferece uma visão detalhada sobre as técnicas utilizadas na construção do dólmen. Situado na encosta de uma pequena colina no sul da Espanha, o monumento é datado de aproximadamente seis mil anos atrás. 

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O Dólmen de Menga é composto por grandes pedras formando paredes e um teto sustentado por pilares, com dimensões superiores às de Stonehenge. A estrutura exige habilidades avançadas de engenharia, não apenas para mover pedras tão grandes, mas também para posicioná-las de maneira a garantir sua estabilidade ao longo dos milênios.

Localização e interior do Dólmen de Menga. (A) Vista panorâmica da cidade de Antequera, com a localização da pedreira Cerro de la Cruz, os dólmens de Viera e Menga, o Tolo de El Romeral e as Piedras Blancas em La Peña de los Enamorados. (B) Entrada para Menga. (C) Interior do dólmen a partir do segundo pilar. (D) Interior de Menga e três pilares atualmente preservados. (E) Câmara de dólmen. Créditos: (A) e (B) correspondem ao autor principal, José Antonio Lozano Rodríguez; (C) a (E) foram fornecidos pelo Sítio Arqueológico de Antequera Dolmens em nome do Governo Regional da Andaluzia (Miguel Ángel Blanca de la Rubia).

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Nova explicação é a mais plausível para construção do monumento neolítico

Diversas teorias já foram propostas para explicar a construção dessa imponente estrutura, mas essa nova pesquisa apresenta a explicação mais abrangente até agora. Segundo os autores, as pedras foram extraídas em uma pedreira localizada a cerca de um quilômetro do dólmen e transportadas até o local utilizando trenós sobre trilhas de madeira

Ilustração 3d do Dólmen de Menga. Crédito: Javier Jaime – Shutterstock

Após a escavação de uma parte da colina, as pedras foram arrastadas para o local de construção e posicionadas para formar as paredes. Cada pedra foi fixada com precisão no leito rochoso usando contrapesos e rampas.

Ainda de acordo com a pesquisa, para erguer o monumento, as pedras foram inclinadas ligeiramente para dentro com o auxílio de alavancas, criando uma estrutura trapezoidal. Os pilares foram instalados de maneira semelhante e, por fim, grandes pedras foram colocadas no topo para formar o telhado. A construção exigiu precisão meticulosa em cada etapa para garantir o ajuste perfeito entre os componentes.

No artigo, os cientistas destacam que a interligação das pedras foi fundamental para a durabilidade da estrutura. Essa técnica não apenas assegurou que o dólmen se mantivesse firme, como também permitiu que ele resistisse ao desgaste do tempo e aos desafios ambientais ao longo dos séculos.