Modelo digital do tentáculo dos polvos pode revolucionar a robótica

Ideia pode levar a robôs mais flexíveis e autônomos, inspirados na destreza desse animais
Ronnie Mancuzo16/11/2024 10h27
Cenas do modelo digital do tentáculo robótico
Imagem: Reprodução/Universidade de Illinois Urbana-Champaign
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um modelo computacional detalha de forma inédita o tentáculo dos polvos, sendo capaz de replicar seus movimentos complexos e precisos, algo que pode ser revolucionário para a robótica. Criada por cientistas da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, a tecnologia abre novas possibilidades para o desenvolvimento de robôs mais ágeis e flexíveis, baseados em uma tecnologia suave, com destreza avançada.

O trabalho foi liderado pelo professor Mattia Gazzola, que estuda os polvos desde a década de 1980. A habilidade de manipular objetos com extrema precisão faz desses animais um dos mais fascinantes para os cientistas. Um detalhe especial desses moluscos da classe Cephalopoda é que cada um dos oito tentáculos possui um “mini-cérebro” próprio e funciona de forma independente, sem um cérebro central. E isso torna a replicação dos movimentos deles ainda mais desafiadora.

Leia também:

Para criar o modelo, os pesquisadores combinaram diversas fontes de dados, incluindo ressonâncias magnéticas, análises histológicas e biomecânicas, observando como os polvos usam seus tentáculos para agarrar e manipular objetos. A partir dessas observações, eles identificaram duas principais características dos movimentos: a capacidade de contorcer e torcer os braços, controladas por diferentes grupos musculares.

Tentáculos robóticos com movimentos naturais

Isso gerou uma nova forma de modelagem 3D dos movimentos de um tentáculo, que possui quase 200 músculos interconectados. Para o futuro, os cientistas planejam transformar o modelo computacional em um protótipo físico, que poderá aprender e realizar tarefas de forma independente.

A pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, é um passo importante para a biotecnologia e a robótica, permitindo que os engenheiros se inspirem na natureza para criar dispositivos mais eficientes. Como destaca Arman Tekinalp, coautor do estudo, “aprender com os animais e traduzir esses insights para o design robótico suave é algo extremamente interessante e promissor”.

Via New Atlas

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.