Quais são os locais mais hostis do Universo?

De planetas a grandes eventos cósmicos, esses locais representam os extremos do universo, desafiando a compreensão humana
Por Kelvin Leão Nunes da Costa, editado por Layse Ventura 11/01/2025 06h20
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Crédito: Shutterstock/gorodenkoff (reprodução)
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O Universo é um lugar fascinante, mas também repleto de regiões onde as condições são tão extremas que tornam qualquer forma de vida ou exploração praticamente impossíveis. 

Locais hostis se caracterizam por fatores como radiação letal, temperaturas extremas, pressões avassaladoras ou forças gravitacionais implacáveis. 

Neste artigo vamos explorar alguns desses ambientes extremos que são um verdadeiro desafio para a compreensão humana!

Estrela de Nêutrons

Crédito: Zenite.mu (reprodução)

Em 1967 por Jocelyn Bell Burnell e Antony Hewish identificaram a primeira estrela de nêutrons. Estas estrelas são remanescentes de supernovas e são incrivelmente densas. Uma colher de chá de sua matéria pesa bilhões de toneladas.

As estrelas de nêutrons possuem campos magnéticos extremamente fortes e emitem radiação de alta energia, como raios-X e raios gama, tornando sua proximidade letal.

Algumas estrelas de nêutrons giram a velocidades incríveis, de até centenas de rotações por segundo, sendo conhecidas como pulsares. Esses objetos também servem como uma espécie de “faróis” cósmicos para os cientistas, que o usam para medir distâncias no Universo.

Buraco Negro

[ Concepção Artística de um buraco negro. No centro da imagem, o horizonte de eventos, a partir do qual nem mesmo a luz é capaz de escapar da enorme gravidade – Créditos: NASA ]

O conceito de buraco negro foi proposto por John Michell em 1783, mas o primeiro buraco negro confirmado, Cygnus X-1, foi observado nos anos 1960.

Buracos negros são regiões do espaço onde a gravidade é tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar. O “horizonte de eventos” marca o limite onde nada pode sair. Qualquer matéria ou energia que se aproxime se dilacera, por um processo conhecido como “espaguetificação“.

O buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea, chamado Sagitário A*, tem uma massa equivalente a 4 milhões de sois.

Vênus

Ilustração do planeta Vênus visto do espaço
Imagem: Fordelse Stock/shutterstock.com

A humanidade conhece Vênus desde a antiguidade, mas tivemos mais detalhes por Galileu Galilei em 1610.

O planeta tem uma atmosfera extremamente densa composta principalmente por dióxido de carbono e ácido sulfúrico. A temperatura superficial é de cerca de 462 °C. Quente o suficiente para derreter chumbo, e a pressão atmosférica é 92 vezes maior que a da Terra, equivalente às profundezas oceânicas terrestres.

Apesar de ser um ambiente hostil, cientistas investigam a possibilidade de vida microbiana em altitudes mais altas, onde as condições podem ser menos extremas. 

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Io (Lua de Júpiter)

Imagem Io, a lua de Júpiter, feita pela sonda espacial Galileo da NASA / Crédito: NASA / JPL / University of Arizona / 1999 (reprodução)

Uma das quatro maiores luas de Júpiter, Io é mais um item dessa lista que teve sua identificação por Galileu Galilei em 1610.

Esta lua é o corpo mais vulcanicamente ativo do Sistema Solar, com centenas de vulcões expelindo enxofre e outros materiais a grandes altitudes. Além disso, Io sofre exposição de altos níveis de radiação da magnetosfera de Júpiter.

As interações gravitacionais com Júpiter e outras luas geram calor interno em Io, alimentando sua atividade vulcânica. A superfície de Io é um mosaico de cores devido ao enxofre em diferentes estados.

GJ 1214b (Planeta Água)

Imagem de GJ 1214b / Crédito: NASA, ESA, and G. Bacon (STScI) (reprodução)

Este exoplaneta foi identificado em 2009 pelo telescópio MEarth.

GJ 1214b é um “planeta água” com um oceano profundo sob pressões e temperaturas extremas. A água nesse planeta pode existir em formas exóticas, como gelo superdenso ou vapor comprimido.

Apesar de sua hostilidade, GJ 1214b atrai cientistas devido à abundância de água, um componente essencial para a vida. O estudo de sua atmosfera é um dos focos de pesquisa em exoplanetas.

Supernova

Supernova 2013ge
Imagem: Supernova 2013ge/Reprodução/NASA, ESA, Leah Hustak (STScI)

Fenômenos de supernova foram observados desde a antiguidade, com a primeira documentação ocorrendo em 185 d.C. por astrônomos chineses.

Uma supernova ocorre quando uma estrela massiva esgota seu combustível e explode, liberando mais energia em poucos segundos do que o Sol emitirá em toda a sua existência. As supernovas também espalham elementos pesados pelo cosmos, fundamentais para a formação de novos sistemas estelares.

WASP-12b (Exoplaneta em destruição)

WASP-12b
Reprodução do WASP-12b (Imagem: NASA)

Identificado em 2008 pelo consórcio WASP (Wide Angle Search for Planets). Este exoplaneta gasoso está sendo gradualmente devorado por sua estrela-mãe devido à proximidade extrema.

Ele sofre temperaturas de até 2.500 °C, e sua atmosfera é esticada em forma de ovo devido à força gravitacional.

Kelvin Leão Nunes da Costa
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formado pela Anhembi Morumbi, ama futebol e cinema. Cursou engenharia antes de descobrir sua paixão pelo jornalismo. Atualmente é analista de conteúdo e colaborador no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.