Satélites de “Comando Nuclear” dos EUA serão desenvolvidos pela Boeing

A fabricante de aeronaves foi escolhida para desenvolver dispositivos para a Força Espacial dos EUA
Lucas Soares04/07/2025 17h54
MG_063025_ESS-Promo-Image_16_9_070125_300dpi-1920x1080
Imagem ilustrativa de um satélite de comunicação (Imagem: Divulgação/Boeing)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Quem pensa que os negócios da Boeing se resumem a aviões está muito enganado. Além dos contratos com a NASA (como o que desenvolve a Starliner), a companhia anunciou na última quinta-feira (3) um contrato de US$ 2,8 bilhões com a Força Espacial dos Estados Unidos para construir dois satélites de defesa.

Segundo o comunicado divulgado pela Força Espacial, os dispositivos apoiarão a “Capacidade Operacional Inicial para combatentes estratégicos e garantirão a continuidade da execução da missão de Comando, Controle e Comunicações Nucleares”.

Diferentemente da NASA, que tem objetivos científicos, a Força Espacial é um braço das Forças Armadas dos EUA e tem como princípio conduzir operações militares no espaço e garantir a segurança do país.

Imagem: reprodução/Aetherflux

De acordo com o órgão, os dois novos satélites farão com que a “tríade nuclear modernizada dos Estados Unidos funcione como uma capacidade de dissuasão diante de ameaças convencionais e nucleares“.

O que exatamente esses novos satélites do comando nuclear farão?

Segundo a Boeing, os satélites são essencialmente focados em comunicação e fornecerão uma forma segura de enviar dados para missões estratégicas da Força Espacial. Os dispositivos “utilizarão uma forma de onda altamente protegida e tecnologias confidenciais desenvolvidas em parceria com o Departamento de Defesa dos EUA”.

Leia mais:

Outros dois satélites adicionais também poderão ser adquiridos no futuro, como uma extensão do contrato.

“Os EUA precisam de uma arquitetura estratégica de segurança nacional que funcione sem falhas, com o mais alto nível de proteção e capacidade”, explicou Kay Sears, vice-presidente e gerente geral de negócios de sistemas espaciais, de inteligência e de armas da Boeing.

Nave Starliner, da Boeing
(Imagem: Keith J Finks/Shutterstock)

“Projetamos um sistema inovador para fornecer comunicação garantida e lidar com um ambiente de ameaças em evolução no espaço”, complementou no comunicado divulgado pela empresa.

Os satélites fazem parte do sistema ESS, composto por segmentos criptográficos, terrestres e espaciais, adquiridos pela Força Espacial – todos voltados para segurança.

“O resultado para nossa nação será a entrega de capacidades espaciais resilientes que comandarão e controlarão nossas forças nucleares em todos os ambientes operacionais, funções críticas necessárias para uma dissuasão nuclear duradoura”, finalizou a Força Espacial.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.