Os Estados Unidos divulgaram nesta quarta-feira (17) que formalizaram acusação contra três programadores norte-coreanos considerados hackers. Os homens são indicados como os executores de ataques cibernéticos que ocorreram durante vários anos e que, inclusive, causaram grandes prejuízos em bitcoins. Ambos os acusados possuem ligação com uma agência de inteligência militar da Coreia do Norte.

O documento revela que os su criaram estratégias e softwares para roubar US$ 1,3 bilhão em moedas criptográficas e dinheiro de caixas eletrônicos de bancos e outras instituições. Em algumas dessas situações, os possíveis responsáveis pelos crimes criaram programas falsos ou maliciosos para transações de criptomoedas. Eles também planejavam lançar sua própria moeda virtual, a Marine Chain, revelaram as acusações.

“Os operativos da Coreia do Norte, usando teclados em vez de armas, roubando carteiras digitais de criptomoedas em vez de sacos de dinheiro, são os principais ladrões de banco do mundo”, afirmou o procurador-geral assistente, John Demers, em um comunicado.

Além disso, os três homens também podem ser os responsáveis por ataques e roubos famosos que ocorreram pelo mundo, como a implantação do ransomware WannaCry, que causou pelo menos US$ 4 bilhões em danos globais, ou os ataques ocorridos contra a Sony Pictures.

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As intervenções criminosas na produtora de TV do Reino Unido Mammoth Pictures e nos cinemas AMC também podem ter vindo do grupo. Nesses casos, o objetivo teria sido impedir que o governo do presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, tivesse sua imagem manchada.

Outras acusações contra os hackers norte-coreanos

Os documentos divulgados pelos EUA mostram ainda que os acusados são Jon Chang, 31, Kim Il, 27, e Park Jin Hyo, de 36 anos. As acusações também revelam que os norte-coreanos podem ser os autores de roubos de mais de US$ 1,2 bilhão de bancos no Vietnã, Bangladesh, Taiwan, México, Malta e África.

A estratégia utilizada nessas oportunidades envolveram a invasão das redes de computadores dos locais, e o envio de mensagens fraudulentas pelo sistema de mensagens bancárias Swift. Os criminosos também podem ter atuado contra empresas da Indonésia, Nova York, Eslovênia, entre outras.

“A conduta detalhada na acusação são os atos de um Estado-nação criminoso que não parou por nada para obter vingança e obter dinheiro para sustentar seu regime”, destacou Tracy Wilkinson, procuradora dos Estados Unidos em exercício para o Distrito Central da Califórnia.

Alguns dos ataques podem ter sidos motivados para proteger a imagem do governo de Kim Jong-Un. Créditos: Willrow Hood/Shutterstock

Em conclusão, o que vale destacar é que as autoridades americanas também lembraram que os três hackers devem estar na Coreia do Norte, o que torna quase impossível uma prisão. No entanto, disseram que a ação é necessária para mostrar a seriedade do problema, principalmente frente a um país com um regime ditatorial como a Coreia do Norte.

“Se a escolha aqui for entre permanecer em silêncio enquanto nós, do departamento, observamos as nações se engajarem em ciberatividade maliciosa e violadora de normas, ou acusar esses casos, a escolha é óbvia”, afirmou o procurador-geral assistente. “Nós iremos cobrar deles”, acrescentou Demers.

Via: CNBC, The New York Times