A China conseguiu realizar nesta quinta-feira (11) o primeiro lançamento bem-sucedido de um Longa Marcha 7A. O foguete partiu do Centro de Lançamento de Satélites de Wenchang às 14h51 (horário de Brasília), e o sucesso da missão foi anunciado 40 minutos depois pela China Aerospace Science and Technology Corp (CASC), empresa responsável por sua construção.

A bordo estava o satélite Shiyan-9 (“Experimento 9”), desenvolvido pela China Academy of Space Technology (CAST), uma subsidiária da CASC. Segundo a empresa, o satélite será usado para “verificação e teste” em órbita de novas tecnologias relacionadas ao monitoramento do ambiente no espaço.

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O Longa Marcha 7A é uma variante do Longa Marcha 7, que já voou duas vezes e foi criado para levar à órbita componentes para a futura estação espacial chinesa. A principal diferença é um terceiro estágio, adaptado a partir de componentes do Longa Marcha 3B, que permite colocar cargas de até 7 toneladas em uma órbita de transferência geoestacionária (GTO).

O foguete irá substituir o Longa Marcha 3B, que pode levar até 5,5 toneladas. Além da maior capacidade de carga, o Longa Marcha 7A usa como combustível uma mistura de querosene e oxigênio líquido (kerolox) no núcleo e hidrogênio e oxigênio líquido (hydrolox) no terceiro estágio, ambas muito mais seguras do que as usadas em foguetes anteriores.

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Em contraste, o Longa Marcha 3B usa combustíveis hipergólicos, como tetróxido de nitrogênio (N2O4) e dimetil-hidrazina assimétrica (UDMH), que são tóxicos, corrosivos e cancerígenos.

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Outra vantagem no novo foguete está na trajetória de voo: o Longa Marcha 3B é lançado a partir de Xichang, na província de Sichuan, e seu primeiro estágio pode cair em áreas habitadas. Já o Longa Marcha 7B parte do espaçoporto de Wenchang, no litoral, e sua trajetória sobrevoa o oceano, eliminando o risco causado por uma eventual queda de destroços.

A primeira tentativa de lançamento de um Longa Marcha 7A, em março de 2020, terminou em desastre quando o veículo explodiu logo após a separação entre o primeiro e o segundo estágio. O governo chinês nunca divulgou o motivo da explosão, mas especula-se que ela teria sido causada por uma falha de pressurização.

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A CASC espera realizar de 3 a 5 lançamentos do Longa Marcha 7A por ano até 2025. Segundo a China Academy of Launch Vehicle Technology (CALT), além de missões na órbita da Terra ele também pode ser utilizado em missões em órbita lunar e no espaço profundo.

Fonte: Space News