“É necessária união nacional para o enfrentamento da pandemia. Cada um dos brasileiros deve aderir às medidas recomendadas, como o uso de máscaras e evitar aglomerações”, diz o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “A missão que recebi é a de unificar o esforço nacional em prol do combate à pandemia. Vamos trabalhar juntos para construir esse cenário positivo.”

Os comentários foram feitos durante cerimônia de entrega das primeiras 500 mil doses de Covishield produzidas nacionalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (17) ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Como já havia dito na terça-feira (16), Queiroga reforçou que a política adotada pelo órgão é determinada pelo governo federal.

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Mesmo assim, o médico fala que o distanciamento social é necessário para diminuir a circulação do vírus — uma posição que se contrapõe à adotada até agora pelo ministério. Além disso, Queiroga diz que é fundamental melhorar os protocolos dos serviços de assistência à saúde para garantir atendimento mais rápido ao paciente.

Mais doses de Covishield a caminho

Outras 580 mil unidades do imunizante produzido pela Fiocruz serão enviadas até sexta-feira (19) ao PNI. “A partir de agora, o plano é entregar 6 milhões de doses por semana até completar as 100,4 milhões contratadas com a AstraZeneca”, explica Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos.

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A fórmula foi desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e, no momento, seu uso está suspenso em alguns países europeus para que o aparecimento de coágulos em indivíduos vacinados seja melhor estudado. Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quando a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reforçam que o imunizante é seguro.

Segundo Arnaldo Medeiros, secretário de vigilância em saúde, o Brasil tem um programa de acompanhamento pós-vacinal e está atento a possíveis ocorrências com cidadãos vacinados com a Covishield. “O ministério tem total controle dos imunizantes que distribui”, diz. “Monitoramos todos os eventos adversos e queremos que a população fique tranquila a esse respeito.”

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Existem hoje no país 38 mil salas de vacinação. Só que ainda faltam imunizantes para dar conta da proteção de toda a população brasileira. A capacidade de produção dos laboratórios é limitada e o fato de o Brasil ter demorado para encomendar os lotes de vacina fez que o país entrasse no fim da fila das entregas. Com isso, não há doses suficientes e os resultados da vacinação podem demorar a aparecer. “A diminuição de internações e óbitos vem a médio prazo”, lembra Queiroga.