Um estudo liderado por pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular de Cambridge, no Reino Unido, identificou a razão de o cérebro humano ser maior e possuir até três vezes mais neurônios do que os de macacos, chimpanzés e gorilas.

Os cientistas concluíram que a diferença está nos estágios iniciais do desenvolvimento do órgão. Para isso, foram usados organoides cerebrais, que são modelos de tecido 3D cultivados a partir de células-tronco que emulam o desenvolvimento inicial do cérebro.

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Durante os primeiros estágios, os neurônios produzem células-tronco denominadas como progenitoras neurais. Inicialmente, elas têm um formato cilíndrico que facilita sua divisão e a criação das chamadas células-filhas.

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Quanto mais estas células progenitoras se multiplicam, mais neurônios existirão posteriormente. Conforme essas células amadurecem, passam a se multiplicar de forma mais lenta e seu formato também muda, ela se alonga e fica mais parecida com um cone.

Transformação é mais lenta em macacos

Zoológico de San Diego
Células genitoras de macaco se desenvolvem menos. Créditos: EQRoy/Shutterstock.com

Anteriormente, pesquisas do tipo haviam sido feitas com camundongos. Nestes animais, as células progenitoras amadurecem e param de se desenvolver em questão de horas. Porém, com os organoides, é possível se aproximar de como este processo ocorre na prática.

Nos chimpanzés e nos gorilas, a transição entre o cilindro e cone leva bastante tempo e ocorre em aproximadamente cinco dias. Porém, nos humanos, este período é ainda maior e leva cerca de sete dias, neste tempo, as progenitoras humanas se dividem mais e produzem mais células-filhas.

E essa diferença na velocidade de transição pode ser o que faz os humanos terem cérebros maiores e mais desenvolvidos em relação aos outros primatas. Nós convertemos mais células progenitoras, o que nos faz ter pelo menos o triplo de neurônios em relação a nossos parentes próximos.

Como os organoides são apenas um modelo, é possível que no cérebro real estes processos aconteçam de forma diferente. No entanto, nos ajudam a responder questões fundamentais sobre a forma que o nosso principal órgão se comporta em seus primeiros estágios de desenvolvimento.

Com informações do Phys.org

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