Um velho ditado diz que “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”. Outro diz: “nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”. Aplicados à informática, ambos poderiam ser traduzidos como: “faça backup, agora!“.

Segundo dados da iniciativa World Backup Day, que definiu o 31 de março como o “dia mundial do backup”, 113 celulares são perdidos ou roubados por minuto, e um em cada 10 computadores são infectados por vírus ou malware todo mês. Sem o backup, dados armazenados nestes aparelhos podem nunca mais ser recuperados, muito menos memórias revividas.

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Um “backup” significa uma cópia de segurança de um dado qualquer (imagem, foto, documentos) que pode ser usada caso o original seja perdido, danificado ou destruído. Muita gente acha que essa precaução é um “exagero” e só percebe o quão valiosa ela pode ser quando já é tarde demais.

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Já perdi a conta das vezes em que uma pessoa chegou até mim desesperada por uma forma de recuperar um arquivo importante, seja um documento do trabalho, declaração de imposto de renda ou fotos do casamento. A primeira pergunta que sempre faço é “você fez backup?”. E a resposta, quase sempre, é “não”, ou “eu ia fazer, mas não tive tempo”.

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Em muitos casos não há uma forma de recuperar o arquivo sem recorrer a um serviço profissional de recuperação de dados, que dependendo da complexidade da operação pode custar milhares de reais. Só resta ao usuário chorar, aceitar a perda e arcar com as consequências.

Backup: faça do jeito certo

Antes de mais nada, vamos deixar claro: simplesmente copiar um arquivo de uma pasta para outra no mesmo disco não é backup, é desperdício de espaço. Afinal, se o disco falhar ambas as cópias serão perdidas.

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O mesmo pode ser dito da cópia de um disco para outro na mesma máquina (ou na mesma casa): se a máquina for roubada, ou um desastre natural afetar o local, você perderá ambas as cópias. Por isso é importante separar os “ovos” em “cestas” diferentes: um bom backup é fisicamente distante do arquivo original.

Com o surgimento dos serviços de armazenamento em nuvem, isso nunca foi tão fácil. Smartphones Android e iOS já têm profunda integração com serviços online como o Google One e iCloud, e ambos oferecem recursos para backup automático de sua agenda de contatos, configurações, lista de apps, fotos e vídeos.

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O Google oferece uma ferramenta gratuita de backup também para o iOS.
O Google oferece uma ferramenta gratuita de backup também para o iOS. Imagem: Google

O Google oferece 15 GB grátis, e a Apple 5 GB. É só configurar e esquecer. Esse espaço também pode ser usado para guardar quaisquer arquivos que você quiser, como o backup do WhatsApp. E espaço extra não custa caro: No Brasil, 100 GB no Google Drive custam R$ 6,99 mensais. Já no iCloud é possível contratar 50 GB por R$ 3,50 mensais.

Se você não gosta de nenhum deles, há alternativas como o Dropbox e o One Drive, da Microsoft. Todos estes serviços podem ser usados no PC, e ser configurados para sincronizar automaticamente todo o conteúdo de uma ou várias pastas com a nuvem. Isso evita um problema tão ruim quanto não ter backup: se esquecer de fazer ele.

Aliás, você sabia que o Windows 10 tem uma ferramenta de backup integrada? É grátis e fácil de usar, siga nossas dicas.

Em empresas, backup é vital

Backup é ainda mais importante se estamos falando dos computadores de uma empresa. Imagine o prejuízo se todos os dados dos PCs do setor comercial ou da equipe de vendas desaparecessem por causa do ataque de um hacker, ou de ransomware.

Na pior das hipóteses o dano pode ser tão grande a ponto de causar o fechamento da empresa. Também há implicações jurídicas causadas pela LGPD, a “Lei Geral de Proteção de Dados”. Empresas que não fizerem cópias de segurança de forma regular, de acordo com as normas em vigor e em acordo com a LGPD, poderão ser penalizadas não só com sanções financeiras, mas, também, estarão sujeitas a fiscalizações administrativas em busca de mais irregularidades em relação à lei.

Nota de resgate deixada pelo grupo hacker Ramsom Locker após roubar 1 TB de dados dos sistemas da desenvolvedora de jogos Capcom
Nota de resgate deixada pelo grupo hacker Ramsom Locker após roubar 1 TB de dados dos sistemas da desenvolvedora de jogos Capcom. Imagem: Bleeping Computer/Reprodução

Há inúmeras soluções para o mercado corporativo, de sistemas de hardware baseados na redundância de discos a serviços de software específicos para este segmento. Cabe à equipe de TI da empresa analisar suas necessidades e encontrar a solução mais adequada.

Além de fazer um backup, é necessário se certificar de que ele está sendo feito corretamente. Ou seja, garantir que todos os dados importantes estão inclusos no backup, e que eles podem ser restaurados sem falhas caso seja necessário.

Segundo o relatório de Proteção de Dados da Veeam 2021, no mercado corporativo 14% de todos os dados nem têm backup e 58% dos backups que as empresas conduzem falham. Dessa forma, as informações ficam desprotegidas e irrecuperáveis no caso de interrupções por acidentes ou ciberataques. É como se o backup não existisse.

Todo sistema eletrônico está sujeito a falhas, e a Lei de Murphy garante que elas irão ocorrer na pior hora, de forma a causar o maior dano possível. Portanto, neste 31 de março faça o juramento: “Juro solenemente fazer backup dos meus documentos importantes e memórias preciosas em 31 de março. Também contarei aos meus amigos e familiares sobre o Dia Mundial do Backup. Amigos não deixam amigos ficar sem backup”.

Feito? Ótimo. Agora vá fazer seu backup!