Funcionários da LG recusam indenização e entram em greve em Taubaté

Fabricante sul-coreana anunciou o fim da produção dos produtos no local, o que pode resultar em 700 demissões
Por Rafael Arbulu, editado por Fabiana Rolfini 12/04/2021 14h50
Imagem mostra a logomarca da LG à frente de alguns smartphones da empresa
Imagem: Grzegorz Czapski/Shutterstock
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Funcionários da fábrica da LG em Taubaté, interior de São Paulo (SP), entraram em greve após recusarem uma oferta de indenização feita pela fabricante sul-coreana, frente ao recente anúncio de fim de produção de produtos no local. O fim dos trabalhos, confirmado pela empresa na última semana, deve gerar cerca de 700 demissões.

O fim das atividades da fábrica de Taubaté da LG é uma consequência direta de um anúncio global, onde a empresa confirmou que deve deixar o mercado de smartphones ainda em 2021 para se concentrar na fabricação de produtos que lhe tragam maior lucratividade. No Brasil, a notícia resultou no fechamento da estrutura interiorana e a transferência da linha de produção de notebooks para Manaus, no Amazonas.

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Foto mostra a fachada da fábrica da LG em Taubaté, com várias pessoas realizando manifestação à sua frente
Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Paraíba realizou manifestação na semana passada, em resposta ao encerramento de produção da LG em Taubaté. Imagem: Sindmetau/Divulgação

A proposta de greve foi votada na manhã desta segunda-feira (12), na porta da fábrica da LG. Os trabalhadores confirmaram ao G1 que a paralisação deve seguir por tempo indeterminado.

A indenização sugerida pela fabricante, que desagradou os funcionários, prevê pagamentos de R$ 8 mil para quem foi admitido a partir de 1º de janeiro de 2020; R$ 19.353 para trabalhadores com dois a sete anos completos; R$ 30 mil para aqueles com oito a 13 anos inteiros; R$ 32.901 para quem já trabalhasse no local há tempo entre 14 e 18 anos e, finalmente, aqueles com 19 anos de casa ou mais receberiam R$ 35.804.

Procurada pela equipe do Olhar Digital para comentar sobre a greve, bem como seu plano de ação no Brasil frente ao fechamento da divisão global de smartphones, a LG não se manifestou, até o momento.

Vale lembrar que, na última semana, o sindicato dos metalúrgicos da região do Vale do Paraíba realizou manifestação após a LG confirmar a transferência do setor de notebooks para Manaus — antes, a empresa havia assegurado que a divisão de computadores ficaria em Taubaté.

A saída da LG do mercado de smartphones vem sendo alvo de rumores desde o fim de março, correspondendo a sucessivas derrotas sofridas pela empresa no setor global dos dispositivos portáteis. Até então, os boatos que circulavam eram os de que a LG estava em conversas para vender a divisão para uma série de companhias interessadas – incluindo o Grupo Volkswagen (Alemanha) e Vingroup JSC (Vietnã) –, porém as discussões não vingaram.

Fonte: G1

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Fabiana Rolfini é redator(a) no Olhar Digital