Em janeiro, o BTG Pactual anunciou seu banco digital para pessoas físicas, o BTG+ e também o BTG+ Business, para com foco em pequenas, médias e micro empresas. O produto é o primeiro do Brasil com operações alocadas integralmente na nuvem.
O fornecedor de cloud escolhido para a empreitada digital foi a Amazon Web Services (AWS) e a previsão é que a migração da operação seja concluída ainda em 2021.
“O BTG+ é único pela concepção e desenvolvimento, inteiramente na nuvem, e também por aquilo que oferece ao cliente final”, comenta Rodrigo Cury, head do BTG+.

Com expectativa de alcance de 4,5 milhões de correntistas nos próximos três anos, o BTG+ se posiciona como um banco contextual.
A ideia é abarcar tecnologias baseadas em análise de dados inteligente para prover as melhores soluções e experiências aos clientes.
Para isso, Cury explica que o banco digital faz uso de advanced analytics e machine learning para “atender às necessidades dos clientes de forma proativa e preditiva”, podendo auxiliá-los “na gestão financeira do dia a dia, segundo seus perfis e realidade”.
O executivo também salienta que o apoio da AWS é essencial para garantir a escalabilidade necessária para o negócio e auxiliar a companhia para se tornar referência e não apenas “mais um player no mercado”, como ele mesmo afirma.
A AWS, vale ressaltar, também é a provedora de serviços do BTG Pactual desde 2016, quando teve início a transformação digital da companhia, em uma mudança que se estende não apenas ao Brasil, mas para outros países em que o BTG Pactual opera, como Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México, Peru, Portugal e Reino Unido.
Foco no digital
A unidade de negócios focada na operação do BTG+ foi anunciada ao mercado em setembro de 2020 em conjunto com uma segunda unidade, o BTG+ Business,
À época, o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, chegou a afirmar que a entrada da empresa no mundo dos bancos digitais se dava porque os setores “ainda não são bem atendidos”.
A movimentação e os novos serviços lançados pelo banco são parte de uma estratégia maior de digitalização de negócios da instituição, que leva a premissa de cloud first.
“Esse movimento permitiu a digitalização das operações e do negócio, além de aprimorar a eficiência e escalabilidade, e oferecer uma melhor experiência ao usuário final”, diz Christian Flemming, COO do BTG Pactual.
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O projeto piloto do BTG+ começou em abril de 2020 com milhares de colaboradores e parceiros do Grupo BTG, além de escritórios de agentes autônomos.
Em setembro, a empresa liberou a adesão aos clientes do banco de investimentos e, em janeiro, o acesso foi aberto às pessoas físicas no Brasil.
Os resultados obtidos pelo BTG desde que começou a usar a nuvem da AWS foi o que os motivou a migrar o projeto 100% para a nuvem.
O BTG+ utiliza mais de 30 serviços da Amazon para rodar a operação. Dentre alguns dos produtos AWS usados na construção das soluções estão: API Gateway, Elastic Cache, EKS, RDS, ELB, Lambda, Kinesis, Cloudfront, DynamoDB, SQS, SNS e Cloud Watch.
Por dentro do BTG+ na AWS
Segundo o BTG+, para preservar a integridade de informações e armazenamento de dados transacionais, eles utilizam o Amazon Aurora, banco de dados relacional compatível com MySQL e PostgreSQL, criado para a nuvem e que combina performance e disponibilidade de bancos de dados corporativos tradicionais com a simplicidade e a economia de bancos de dados de código aberto.
Além dele, o BTG+ também utiliza o Amazon Redis, armazenamento de dados de chave-valor em memória, rápido e de código aberto, para uso como banco de dados e cache que possibilita a disponibilização rápida de informações ao cliente.
Para os insights dos dados armazenados, a instituição conta com o Amazon SageMaker, serviço que possibilita a preparação, criação, treinamento e implementação de modelos de machine learning.

Entre os serviços utilizados no desenvolvimento, gestão e operação, está ainda o Amazon CloudFormation, que permite modelar uma coleção de recursos relacionados da AWS e de terceiros, provisioná-los com velocidade e consistência, bem como gerenciar todo o ciclo de vida mediante o tratamento da infraestrutura como código.
Na arquitetura elaborada, cada funcionalidade do aplicativo do BTG+ depende de um serviço específico que pode ser escalado horizontalmente, de acordo com a demanda do momento, e voltar ao estado original após estabilização.
Dessa forma, o banco BTG+ consegue otimizar custos, ao passo que garante a prestação de serviço ao cliente final sem intercorrências.
Ao longo do último ano, além de se dedicar ao desenvolvimento do BTG+, o BTG Pactual também investiu em tecnologias da AWS para viabilizar sua operação de PIX (pagamento instantâneo).
Ademais, o BTG Pactual está com outro projeto com a AWS para desenvolver uma estratégia de open banking, que deve entrar em operação nos próximos meses.