Um novo estudo científico indica que o degelo glacial, em conjunto com as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, podem ter resultado em uma alteração súbita na direção da deriva do Polo Norte.

De início, vale destacar que as localizações dos polos geográficos da Terra não são fixas. Eles se movimentam em ciclos impulsionados pelas mudanças nos padrões climáticos e as correntes oceânicas. Os polos também se deslocam com o tempo conforme a distribuição de peso do planeta muda.

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Em meados dos anos 90, por exemplo, o Polo Norte “navegava” em direção à extremidade oeste da Ilha Ellesmere, no Canadá. No entanto, depois desviou 71 graus para o leste em direção ao nordeste da Groenlândia, seguindo nessa direção cerca de 10 centímetros por ano.

Relação com o derretimento das geleiras

Geleira Aquecimento Global
Derretimento glacial estimulou a mudança na flutuação do Polo Norte.
Créditos: Bernhard Staehli/Shutterstock

A hidróloga do Instituto de Ciências Geográficas e Pesquisa de Recursos Naturais de Pequim, Suxia Liu, foi quem verificou como a alteração da deriva polar combinava com estudos anteriores sobre o derretimento glacial. Em particular com o derretimento das geleiras no Alasca, Groenlândia e no sul dos Andes, que acelerou no decorrer da década de 1990.

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Uma análise das Cartas de Pesquisa Geofísica da época revelou ainda que esse derretimento induzido pela mudança no clima, bem como seus efeitos na distribuição de massa da Terra, também ajudou a desencadear a mudança na navegação polar.

No entanto, embora o derretimento das geleiras possa ser responsável por parte dessa mudança, não é um fator que explica tudo por si só. Segundo a especialista, o bombeamento excessivo da água subterrânea que alimenta os rios para os oceanos também deve ser considerado.

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No fim, a equipe responsável pelo estudo relata que tanto o derretimento glacial como a massa de água que desencadeia nos oceanos não explicam sozinhos a súbita mudança na direção da deriva do Polo Norte. Ainda assim, são dois fatores que podem de fato “empurrar” o eixo da Terra.

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Fonte: ScienceNews