Nova tecnologia oferece maior precisão na leitura de mamografias

Por Flavia Correia, editado por Lyncon Pradella 07/05/2021 09h48
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Um doutorando da Universidade de Canterbury (UC), na Nova Zelândia, desenvolveu um método computadorizado de leitura de mamografias que pode ajudar os radiologistas a detectar sinais de alerta de câncer de mama. Haipeng Li está prestes a concluir seu doutorado em Engenharia de Software na UC, após passar os últimos três anos trabalhando em algoritmos computacionais capazes de ler e analisar automaticamente exames de mamografia.

câncer de mama
Haipeng Li, aluno de PhD da Universidade de Canterbury, desenvolveu um novo método computadorizado de leitura de mamografias. Seu principal supervisor é o professor Ramakrishnan Mukundan. / Imagem: Divulgação/Universidade de Canterbury

Sob supervisão do professor Ramakrishnan Mukundan e do doutor em radiologia Shelley Boyd, Li utilizou os algoritmos que criou para detectar com precisão dois marcadores ligados ao aumento do risco de câncer de mama: as microcalcificações (minúsculos depósitos de cálcio na mama) e a densidade do tecido mamário. O cientista espera que a pesquisa ajude a identificar a doença em um estágio inicial, para ser tratada com mais sucesso.

“A detecção precoce por meio de mamografias de rotina desempenha um papel importante na prevenção de mortes por câncer de mama”, disse Li.

Precisão de 98%

Sabe-se que a mamografia é um exame de rotina comum em todo o mundo, usado para rastreamento de câncer de mama e que pode detectar cerca de 80% a 90% dos casos antes que os sintomas apareçam. E o modelo de leitura de Li fornece informações de posição ainda mais específicas sobre a localização de microcalcificações.

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A mamografia, exame de rotina comum em todo o mundo, pode detectar cerca de 80% a 90% dos casos de câncer de mama antes que os sintomas apareçam. O método de leitura de Li pretende atingir 98% de precisão. / Gorodenkoff – Shutterstock

“Eu também testei mais de 700 imagens de mamografia para densidade de mamografia e obtive uma precisão de classificação de 92% e 87% em dois conjuntos de dados públicos de mamografia”, disse. “Pouquíssimos sistemas de classificação computadorizados em todo o mundo têm taxas de precisão de mais de 80%, então é uma conquista muito significativa”, anima-se o pesquisador.

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Li espera que seus algoritmos automatizados alimentem sistemas de detecção e diagnóstico auxiliados por computador (CAD) muito em breve. Ele explica que mais melhorias e avaliações são necessárias antes que a ferramenta possa ser usada em um ambiente clínico.

“Nosso objetivo é alcançar uma precisão de 98%. Algumas melhorias são necessárias nos algoritmos atuais para extrair informações de imagem mais detalhadas para biomarcadores específicos, e eu espero trabalhar mais de perto com hospitais e radiologistas locais para obter resultados ainda melhores”, afirma.

Artigos detalhando a pesquisa de algoritmos de imagens médicas de Li foram apresentados e publicados em cinco conferências internacionais, e um foi finalista do prêmio de melhor trabalho de estudante na Conferência Internacional sobre Controle, Automação, Robótica e Visão 2020 em Shenzhen, China.

O câncer mais comum entre as mulheres

Segundo o Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher (CEPEM), o câncer de mama é a neoplasia mais comum em pessoas do sexo feminino, com mais de 1,5 milhão de casos diagnosticados em todo o mundo a cada ano. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Esse tipo lidera o ranking de novos casos a cada ano, seguido do câncer de cólon e reto. Depois, o colo do útero, os de traqueia brônquio e pulmão e o câncer da glândula tireoide.

Fonte: Medical Press

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.