O governo da China defendeu, nesta segunda-feira (10), o modo como lidou com a queda do foguete Longa Marcha 5B. Os destroços do veículo espacial caíram sábado (8), no Oceano Índico, numa região relativamente próxima às Ilhas Maldivas, sem causar qualquer incidente.

Os chineses destacaram que o manuseio foi injustamente considerado pelos padrões diferentes dos adotados nos Estados Unidos e outros programas espaciais. Tanto os administradores norte-americanos quanto de outras agências espaciais acusaram Pequim de imprudência ao permitir que o foguete caísse sem controle na Terra.

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O Longa Marcha 5B colocou em órbita o primeiro módulo da estação espacial chinesa Tiangong, no fim de abril, chamado Tianhe (Harmonia Celestial). A peça que desceu desgovernada era o primeiro estágio do veículo, com 33 metros de comprimento e 5 metros de diâmetro, pesando 21 toneladas. De acordo com a agência espacial chinesa, a maior parte dessa peça queimou acima das Maldivas.

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“A China acompanhou de perto a trajetória e emitiu declarações sobre a reentrada antecipadamente. Não houve nenhum relato de dano ao terreno. A China também compartilhou os resultados das previsões de reentrada por meio do mecanismo de cooperação internacional”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.

longa exposição do foguete chines em passagem por santa catarina
Longa exposição do foguete chinês em passagem por Santa Catarina | Crédito: Jocimar

Por outro lado, o gigante asiático não explicou o motivo de o foguete Longa Marcha 5B ter sido colocado temporariamente em órbita, já que a maioria dos foguetes geralmente voltam para a Terra logo após a decolagem. Bill Nelson, administrador da Nasa, acusou a China de “não cumprir os padrões responsáveis” no manuseio de detritos espaciais.

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Em resposta, a porta-voz chinesa relembrou a reação com a queda de destroços de um foguete lançado pela SpaceX em março, que caiu na Terra em Washington e na costa de Oregon. Para Hua, Pequim está sendo tratada de maneira injusta. Ela destacou que, na época, a mídia norte-americana “usou retórica romântica como ‘estrelas cadentes iluminando o céu noturno'”.

“Mas quando se trata do lado chinês, é uma abordagem completamente diferente”, completou Hua. “Estamos dispostos a trabalhar com outros países, incluindo os Estados Unidos, para fortalecer a cooperação no uso do espaço sideral, mas também nos opomos a padrões duplos nessa questão”, concluiu a porta-voz.

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A China planeja mais dez lançamentos para completar a construção da estação espacial Tiangong, até 2022. Dessas, quatro missões serão tripuladas, quatro de carga e o lançamento de três módulos. Quando completada, a estação terá vida útil de 10 anos. Com atualizações, pode chegar a 15 anos.

Via: AP / Futurism

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