Se fosse possível, o Alibaba, principal plataforma de e-commerce da China, certamente escolheria esquecer o primeiro trimestre de 2021. Isso porque a empresa divulgou, na última quinta-feira (13), o primeiro prejuízo financeiro desde sua abertura de capital, em 2014: o déficit nos três primeiros meses deste ano ficou em 7,66 bilhões de iuanes (aproximadamente US$ 1,19 bilhão, em conversão direta).

O prejuízo líquido da companhia, por sua vez, ficou em 5,47 bilhões de iuanes (US$ 849 milhões).

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Em uma declaração feita na última quinta, Daniel Zhang, CEO do Alibaba, afirmou ter sido a primeira vez que a instituição informa um prejuízo operacional como empresa pública.

O déficit pode ser explicado, em partes, pela multa recorde aplicada pelo governo chinês no mês passado. Acusada de proibir que seus comerciantes trabalhem em sites concorrentes, a empresa foi penalizada em cerca de US$ 2,8 bilhões por abuso de domínio de mercado.

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Vale lembrar também que, desde que Jack Ma, fundador do Alibaba, fez críticas aos reguladores chineses em outubro do ano passado, a gigante de e-commerce passou a ser um dos principais alvos do governo da China. Além da multa aplicada à companhia em abril, os reguladores do país asiático decidiram suspender o IPO (abertura de capital) de sua afiliada financeira Ant Group.

Logo do Alibaba exibido em smartphone e ao fundo uma bandeira da China
Multa antimonopólio aplicada pelos reguladores chineses impactou no balanço financeiro do Alibaba. Foto: Ascannio/Shutterstock

A expectativa é de que os prejuízos reportados pelo Alibaba no primeiro trimestre deste ano definam um limite para os impasses da empresa com os reguladores, como uma espécie de demonstração de efetividade na punição aplicada.

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Ruim, mas bom

Não fosse a multa bilionária paga à China e o cancelamento da abertura de capital da Ant Group — que era avaliada em US$ 37 bilhões —, o Alibaba teria apresentado bons números operacionais nos três primeiros meses de 2021.

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O balanço aponta que a receita subiu para 187,4 bilhões de iuanes, muito em função das compras online durante a pandemia de coronavírus. O resultado também foi influenciado pelo crescimento anual de 101% de seu negócio logístico Cainiao e pela receita de 16,76 bilhões de iuanes captadas pela divisão de computação em nuvem da companhia.

Para o ano fiscal de 2022, o Alibaba espera gerar uma receita de 930 bilhões de iuanes (US$ 144,12 bilhões), o que pode representar um crescimento de 29,56% ano a ano.

De acordo com o diretor financeiro da companhia, Maggie Wu, a chinesa usará “lucros incrementais e capital adicional no ano fiscal de 2022 para apoiar seus comerciantes e investir em novos negócios e áreas estratégicas importantes que ajudarão a aumentar a participação da carteira do consumidor e penetrar em novos mercados”.

Fonte: CNBC

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