A startup de inteligência artificial Flawless estuda formas de trabalhar a tecnologia de deepfakes para aperfeiçoar a dublagem de filmes e séries de TV. Com isso, a empresa pretende reduzir o volume de informações que é perdida no processo de tradução de uma obra cinematográfica para outros idiomas.

Mesmo para quem prefere o áudio original combinado com legendas, a perda de informação é algo inevitável para quem não domina o idioma original de uma obra. Para quem vê as obras dubladas, por exemplo, o que se perde, em geral, é a qualidade da atuação de quem está envolvido na cena.

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Para tentar resolver esta questão, a tecnologia da Flawless se concentra em apenas um elemento da imagem, a boca, ao contrário da maioria dos deepfakes, que focam nas mais diferentes características da pessoa. Para isso, o software da empresa é alimentado com vídeos de um determinado programa de TV ou filme, junto com diálogos gravados por humanos em estúdios de dublagem.

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A partir daí, os modelos de aprendizado de máquina da empresa criam novos movimentos labiais que correspondem à fala traduzida e os colocam na boca do ator ou atriz. “Quando alguém está assistindo a esta filmagem dublada, eles não são arrancados da performance por uma palavra divergente ou um movimento da boca mal calculado”, disse o co-fundador da Flawless, Nick Lynes, ao The Verge.

Testes bons, mas…

Os resultados obtidos pela Flawless em testes tiveram uma alta taxa de precisão, com as interferências da inteligência artificial na imagem original sendo bem pequenas, apesar de perceptíveis.

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Cena escolhida para os testes foi um do filme “A Few Good Men” , estrelado por Jack Nicholson e Tom Cruise. Crédito: Flawless/Divulgação

Porém, as imagens promocionais da empresa são de cenas bem iluminadas em que o ator está falando de frente para a câmera por um período considerável de tempo, quase que um monólogo. Com isso, não foi possível averiguar, por exemplo, como o programa se sai em cenas com muitos atores, com iluminação prejuidicada, ou com cortes rápidos durante diálogos mais dinâmicos.

Contudo, a tecnologia é muito bem vinda em um momento de internacionalização do streaming, em que obras feitas em idiomas dominados por um menor número de pessoas, como é o caso do francês em Lupin, têm feito cada vez mais sucesso mundo afora.

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