Ameaçada pela possibilidade de uma nova erupção do vulcão Nyiragongo, a cidade de Goma, na região leste da República Democrática do Congo (RDC), viu quase 400 mil habitantes irem embora. A região metropolitana da cidade tem cerca de 2 milhões de pessoas, com 600 mil apenas na cidade, tornando o local caótico. Agora, as ruas estão tranquilas e vazias.

No resumo da reunião de emergência sobre a situação do vulcão, realizada nesta sexta-feira (28), é descrito que quase 80 mil casas estão vazias. Nos últimos quatro dias houveram registros de sismos tão fortes que foram sentidos em Kigali, capital da Ruanda, a 160 quilômetros de distância.

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Desde o último sábado (22), 32 pessoas morreram, sendo 20 delas por causa de gases liberados após a erupção daquele dia. Entre 900 e 2,5 mil casas foram destruídas pela lava, de acordo com dados de organizações humanitárias divulgados pela agência DW. Em Rubavu, cidade na Ruanda a 30 quilômetros, mais de 1,2 mil edifícios foram afetados pelos tremores.

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A última noite, de quinta para sexta-feira, foi um pouco mais tranquila, com um menor número de sismos e de menor intensidade. Mesmo assim, a cidade de Goma amanheceu praticamente deserta, sem policiamento nas ruas e com lojas fechadas.

“Fiquei na cidade. Sei que estou em perigo, mas não tenho alternativa. Vou partir quando o vulcão começar a expelir”, disse Aline Uramahoro, gerente de um dos poucos estabelecimentos abertos, à AFP.

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Vulcão Nyiragongo
Lava do vulcão Nyiragongo. Imagem: Photovolcanica.com

Ainda na quinta-feira (27), as autoridades alertaram para a “presença de magma sob a área urbana de Goma, que se estendia sob o lago Kivu”. Isso provoca a possibilidade de “uma erupção em terra, ou sob o lago, sem nenhum sinal precursor”, causando a ordem de evacuação “preventiva”.

No mesmo dia, um grupo de cientistas foi para o topo do vulcão Nyiragongo, para avaliar os riscos de uma nova erupção. Eles também observaram e extraíram dados atuais, para auxiliar o governo na tomada de decisões futuras.

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A erupção do sábado passado foi “muito pequena, um verdadeiro milagre” por ter saído pouca lava, de acordo com o vulcanologista italiano Dario Tedesco, que morou em Goma. Mas, agora, existem quatro tipos de riscos, segundo as autoridades.

O primeiro risco são os repetidos tremores de terra, seguidos pela toxicidade do ar e da água pelas cinzas dispersas na atmosfera. Há também essa possibilidade de erupção secundária, com lava diretamente no solo. O pior cenário é uma “reserva de gás sob o lago Kivu por contato com o magma”.

A mais recente grande erupção do vulcão Nyiragongo aconteceu no dia 17 de janeiro de 2002. Pelo menos cem pessoas morreram na ocasião.

Via: Estado de Minas / DW

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