Jogos de estratégia por turnos são todos mais ou menos iguais. Você tem que escolher seu império, começar da Idade da Pedra, fundar novas cidades, se aliar ou guerrear com civilizações vizinhas e vencer por dominação. Ou seja, de uma maneira o outra, os games do subgênero 4X (explorar, expandir, extrair e exterminar) são alguma variação do clássico ‘Civilization’. Mas ‘Humankind’ quer ir além.

O ambicioso projeto da Amplitude Studios pretende traduzir para a linguagem dos jogos algumas das minúcias da evolução de uma sociedade ao longo dos séculos. Ao invés de escolher um povo e seguir com ele das cavernas às estrelas, ‘Humankind’ terá mais de 60 civilizações que poderão se misturar a cada fase do game.

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“Como fãs desse tipo de jogo e fascinados por História, sempre tivemos problemas em só poder escolher um império e permanecer com ele, imutável, até o fim dos tempos”, conta Roman de Waubert, CEO da Amplitude Studios. “Isso não é nada histórico. Civilizações mudam o tempo todo, ascendem, entram em colapso, dão origem a outras e por assim vai. Falamos, por exemplo, que o Império Romano caiu, mas de muitas formas ele continua, por meio da influência que exerce até hoje em certas culturas”, completa, em entrevista exclusiva ao Olhar Digital.

Assim como em outros 4X, em ‘Humankind’, os jogadores devem escolher entre dez civilizações primordiais (cada uma com um benefício específico) e começam a campanha como uma tribo nômade, ainda no Neolítico. Caçar, extrair recursos e explorar o continente garantem pontos que ajudam seu império a evoluir para um das seis eras – e a cada uma delas, dez novas culturas são apresentadas. Nas primeiras rodadas você já é apresentado a questões que ajudarão a definir o perfil da sua sociedade, como, por exemplo, se a religião do seu povo terá sacerdotes homens, mulheres ou mistos.

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“O jogo é sobre celebrar a diversidade da humanidade. Então no sistema de eventos do jogo – todos inspirados em acontecimentos históricos –  quisemos incluir temas como a questão do gênero na religião, ou trabalho infantil, acessibilidade, estresse pós-traumático, escravidão e outros mais. Acredito muito no contexto das coisas, e qualquer assunto pode ser abordado se tratado com respeito e de um ponto de vista educativo”, explica Jean-Maxime Morris, Diretor de Criação da Amplitude Studios.

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Essas decisões, bem como suas ações durante a campanha , seja sucesso nas guerras, comércio, diplomacia ou pesquisa científica, contribuirão para um ranking de “Fama” que determinará o vencedor. “Muitos jogos do gênero se limitam à sua posição na última rodada para definir quem vence”, afirma Waubert. “Em ‘Humankind’, tanto no modo singleplayer quanto no multiplayer, vence a cultura que foi mais influente ao longo das eras. O que vale é o impacto que você causou no mundo”, conta o CEO da Amplitude.

A campanha principal do jogo termina na era atual (pelo menos por enquanto não teremos colonização de outros planetas em ‘Humankind’). Mesmo sem projetar um futuro – e com a situação global atual longe de estar entre as melhores – os desenvolvedores do jogo esperam que a mensagem final do game seja positiva.

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“Vendo o que a humanidade está fazendo agora, isso é um desafio. Mas quero ser otimista e sei que há espaço para esperança. Para toda área que temos desafios, temos também soluções. Temos planos de trazer para o jogo alguns desses desafios, como mudança climática, biossegurança e outros riscos existenciais. Então esperamos que as pessoas joguem e aprendam sobre esses riscos. O game é definitivamente positivo, no sentido de mostrar de como o ser humano é incrível e tem um potencial enorme”, avalia Jean-Maxime Morris.

‘Humankind’ será lançado em 17 de agosto, exclusivamente para PC, com textos traduzidos para português e dublagem em inglês. A Edição Digital de Luxo está em pré-venda a preço promocional de R$ 170,15 para Steam, Stadia e Epic Games Store.

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