Fornecedores da Apple divulgam anúncios de emprego racistas na China

Por Gabriel Sérvio, editado por Rafael Rigues 09/06/2021 15h25
Fachada da empresa Apple
ZorroGabriel/Shutterstock
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Uma análise de diversos anúncios de emprego divulgados por fornecedores da Apple na China revelou que as empresas estão discriminando grupos étnicos minoritários chineses, embora tal discriminação seja ilegal sob a lei chinesa e configure uma violação das regras da própria Apple.

Segundo o The Information, as empresas também não permitem que mulheres com mais de 40 anos ou com cabelos tingidos e tatuagens participem dos processos seletivos.

Foxconn Shanghai Facility
A Foxconn foi uma das empresas que divulgou anúncio de emprego discriminatórios na China. Imagem: hapabapa/iStock

A denúncia inclui montadoras de uma série de dispositivos da empresa de Cupertino como a Foxconn Technology, além de fabricantes de placas de circuito, lentes para câmeras, baterias, cabos de dados, embalagens, dentre outros.

Enquanto negam emprego formal, o artigo também revela que algumas companhias como a Lens Technology, Luxshare e Suzhou Dongshan Precision Manufacturing, que fabricam vidros para o iPhone, AirPods e outros componentes, já foram acusadas no passado pelo uso de trabalho forçado.

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Muitos dos anúncios, segundo a publicação, foram colocados por agências de recrutamento terceirizadas. Em resposta, a empresa de Tim Cook disse que monitora os anúncios de emprego em busca de discriminação. Ao longo de 2021, a companhia declarou que já removeu 300 anúncios ilegais.

Acusação de trabalho forçado

Imagem mostra dois idosos da etnia uigure, uma minoria do noroeste chinês predominantemente muçulmana e alvo de inúmeros preconceitos na sociedade. Fornecedores da Apple vêm usando o grupo para trabalho forçado
Dois idosos uigures, representantes da minoria chinesa de origem turcomena alvo de preconceito no país asiático. Imagem: Sirio Carnevalino/Shutterstock

Alguns fornecedores da Apple estão sob acusação de trabalho forçado na confecção de componentes. A informação foi divulgada pelo The Information, que entrevistou diretores de organizações de combate ao trabalho escravo na China.

Segundo as entidades, empresas como a Advanced-Connectek, que vem trabalhando na criação de componentes para a Apple nos últimos 20 anos, se valem de programas sociais do governo para oferecer condições subumanas de trabalho.

A Advanced-Connectek, conforme a reportagem, também atende outras gigantes como a AmazonGoogleMicrosoft e Facebook.

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital