Uma nova e rara espécie de planta foi registrada no estado de Santa Catarina. Só há evidências da flor Commelina catharinensis em duas áreas litorâneas de restinga, na Praia do Sonho e na Baixada do Maciambu.
As duas praias ficam dentro dos limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Unidade de Conservação Estadual, administrada pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e pelo governo catarinense. A constatação da espécie no estado foi dada através de pesquisas.
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O professor João de Deus, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos principais líderes dos estudos. Até a descoberta da nova flor amarela, as commelinas só eram conhecidas na cor azul. Foi justamente o detalhe na cor que chamou a atenção dos pesquisadores.
Assim, eles se aprofundaram nas investigações e perceberam que era uma nova e rara espécie. Por ter sido encontrada no estado de Santa Catarina, o nome científica da planta ficou Commelina catharinensis. O único registro anterior dela foi na região de Laguna, nos anos 1970.
A urbanização do local, porém, eliminou os indivíduos da região. Percebeu-se, então, que a Praia do Sonho era a única com a presença da commelina amarela. Ao avançar nas pesquisas, com idas a campo, a surpresa chegou para os estudiosos ao se depararem com a espécie no parque. Lá, plantios foram realizados após os incêndios de 2018.
Só que, diferente de outras plantas, a commelina não foi plantada. Ela nasceu por acaso, em meio aos galhos. Por enquanto, poucas flores foram contabilizadas. O professor João de Deus classifica a flor como membro de uma espécie com peculiaridades interessantes.
“Faz parte de um grupo de planta relativamente comum, a Trapoeraba-azul, que cresce e se desenvolve de forma frequente e se espalha com facilidade. Mas a Commelina catharinensis tem distribuição irregular e as populações formam aglomerados pequenos”, disse.
Porém, nem tudo são flores. A espécie é muito ameaçada por causas antrópicas, ou seja, pelo homem, como incêndios, especulação imobiliária e invasão de pinus. Para que elas sobrevivam, um programa de manejo foi criado para reproduzir a planta e reduzir o risco de extinção.
O projeto recolhe partes ou sementes da commelina e encaminha ao viveiro que tenta a reprodução. Em seguida, alguns indivíduos vão retornar para as áreas onde a espécie já acontece naturalmente. Ela também será levada para outras áreas na Baixada do Maciambu.
“Colocar em locais em que a planta esteja mais segura como, por exemplo, no Parque do Tabuleiro onde há maior controle. Além disso, será realizado trabalho de monitoramento para averiguar a adaptação da planta nestes novos ambientes. Todas as ações buscam promover a conservação desta
espécie tão nova e tão nossa”, explicou Marcos Maes, da Coordenação de Conservação de Flora do IMA.
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