Primeiro satélite do mundo feito de madeira será lançado este ano

Por Gabriel Sérvio, editado por Rafael Rigues 15/06/2021 12h21, atualizada em 16/06/2021 10h40
O primeiro satélite de madeira do mundo
Imagem: Arctic Astronautics/Reprodução
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Um satélite de madeira em formato de um cubo, com 10 cm x 10 cm e pesando cerca de 1 kg, será lançado ao espaço neste ano. Batizado como WISA Woodsat, ele foi projetado pela empresa finlandesa Arctic Astronautics e é revestido com painéis de um tipo de compensado.

A meta da missão, que vai contar com o apoio da Agência Espacial Europeia, é testar como a madeira se comporta e a sua durabilidade quando exposta às condições extremas do espaço.

O dispositivo vai contar com duas câmeras, uma será acoplada em uma espécie de bastão para selfies, o que vai possibilitar que a equipe da missão observe em tempo real como o compensado se comporta com o passar do tempo.

Segundo o engenheiro-chefe do projeto, Samuli Nymanm, a madeira utilizada no satélite é a mesma encontrada nas lojas: “A principal diferença é que o compensado comum é muito úmido para o espaço, então colocamos nossa madeira em uma câmara térmica de vácuo para secá-la. Em seguida, também adicionamos uma camada fina de óxido de alumínio”.

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Renderização 3D de uma visão do planeta Terra vista do espaço.
O satélite será alimentado por nove células solares e será equipado com um rádio amador que permitirá transmitir sinais ao redor do globo. Imagem: Vitaly Sosnovskiy/Shutterstock

Segundo Nymanm, a camada de óxido de alumínio ajudará a evitar que a madeira libere gás no espaço, além de proteger sua superfície contra a exposição ao chamado oxigênio atômico corrosivo, que está presente em parte da atmosfera terrestre. Esse oxigênio, que foi descoberto pela Nasa após danificar as mantas térmicas das primeiras missões do ônibus espacial, provavelmente escurecerá os painéis de madeira. O satélite, no entanto, deve sobreviver mesmo em ambientes extremos.

Além das câmeras, o Woodstat também carregará um conjunto de sensores para monitorar a pressão a bordo e também fará um experimento com um novo tipo de plástico condutivo impresso em 3D, o que pode abrir caminho para a impressão de cabos de energia e dados diretamente no espaço.

O satélite será lançado em um foguete Electron da empresa norte-americana Rocket Lab em novembro deste ano.

Fonte: Space

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital