A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quinta-feira (17) um guia informativo que pretende implementar a abordagem “Live Life” na prevenção mundial do suicídio. O documento, chamado “Suicídio no mundo todo em 2019”, aponta que mais de 700.000 pessoas morreram por suicídio em todos os anos no mundo, ultrapassando a taxa de mortes causadas por HIV, malária e câncer de mama.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal e, entre homens e mulheres, apesar das taxas variarem, homens morrem mais que o dobro em decorrência do suicídio do que mulheres (a cada 100 mil pessoas, 12,6 são homens e 5,4 mulheres), sendo a taxa ainda mais alta em países de alta renda (16,5 por 100 mil). Entre as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda.

“Não podemos e não devemos ignorar o suicídio. Cada um é uma tragédia. Nossa atenção à prevenção do suicídio é ainda mais importante agora, depois de muitos meses convivendo com a pandemia da Covid-19, com muitos dos fatores de risco para suicídio — perda de emprego, estresse financeiro e isolamento social — ainda muito presentes. A nova orientação que a OMS está lançando hoje fornece um caminho claro para intensificar os esforços de prevenção do suicídio”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

OMS lança guia de orientação para reduzir taxa de suicídio até 2030. Imagem: Shutterstock
OMS lança guia de orientação para reduzir taxa de suicídio até 2030. Imagem: Shutterstock

Entre as regiões, a taxa mais alta registrada em 2019 foi na África (11,2 por 100 mil), seguida pela Europa (10,5 por 100 mil) e Sudeste Asiático (10,2 por 100 mil). As taxas dessas regiões eram maiores do que a taxa global (9 por 100 mil).

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O intuito do “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS) é diminuir em um terço a taxa global de suicídios até 2030. No entanto, apesar de mundialmente o suicídio estar diminuindo, na região das Américas, o inverso acontece.

A taxa global entre 2000 e 2019 diminuiu 36%, enquanto no mesmo período a taxa aumentou 17% na região das Américas que incluem: Brasil, Estados Unidos, Argentina, entre outros.

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A OMS faz um alerta para a importância do comprometimento do tema nas agendas dos países, que é essencial para alcançar as metas de redução. Apenas 38 países são conhecidos atualmente por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio e, por isso, a organização decidiu lançar o guia, que contará com as seguintes estratégias de abordagens:

  • Limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas, que com seu envenenamento é responsável por 20% dos suicídios, e armas de fogo altamente perigosas;
  • Educar a mídia sobre a cobertura responsável do suicídio, já que reportagens sobre o tema que descrevam a ação pode levar à imitação. A recomendação é que a imprensa neutralize relatos de suicídio com histórias de recuperação bem-sucedidas de problemas de saúde mental ou pensamentos suicidas e trabalhe com abordagens de conscientização;
  •  Promover habilidades socioemocionais para a vida em adolescentes, que é considerado o período de maior vulnerabilidade para o surgimento de problemas de saúde mental e;
  • Identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento de qualquer pessoa afetada por pensamentos e comportamentos suicidas. A intenção é capacitar profissionais da saúde para lidarem com a situação, bem como os serviços de emergências.

“Embora uma estratégia nacional integral de prevenção do suicídio deva ser o objetivo final de todos os governos, iniciar a prevenção do suicídio com intervenções Live Life pode salvar vidas”, afirmou Alexandra Fleischmann, especialista em prevenção de suicídio da OMS.

Fonte: OMS

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