A série “G” de smartphones da Motorola conta com mais um exemplar bem interessante – o Moto G60, que busca unir funções premium vistas com mais frequência nos modelos topo de linha, mas com uma ótima relação de custo-benefício que promete agradar os bolsos de usuários que não querem pagar o valor “de um rim” em um celular novo, mas não abrem mão de qualidade em diversas funções de amplo interesse.

E embora o Moto G60 cumpra muito bem o seu objetivo, ele infelizmente não é livre de algumas falhas um tanto básicas, que podem ser bem evidentes caso você seja o tipo de pessoa que valoriza mais os aspectos audiovisuais (ou seja, tela e som) do que a outras características de um aparelho, que no caso custa aproximadamente R$ 2,7 mil.

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Situado como algo mais forte que o Moto G30 e Moto G10, mas mais fraco que o Moto G100, o Moto G60 tem corpo de plástico e é bem grandinho, devido à tela de 6,8 polegadas que, aliado à bateria de 6.000 mAh, faz deste um smartphone relativamente pesado (220 gramas) se comparado a outros modelos da mesma categoria.

Essa tamanho se reflete na câmera tripla traseira, com um sensor principal de 108 megapixels. Não estranhe se, ao deixar o aparelho em alguma mesa, ele ficar um pouquinho torto – a lente da câmera “salta” para frente em um relevo considerável, mas nada que vá fazer o Moto G60 balançar sozinho.

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Apesar do design elegante, o aparelho traz curvas menos acentuadas e não pode necessariamente ser chamado de “ultrafino”: são 9,8 (quase 1 cm) de espessura, com 16,9 cm de altura e 7,59 cm de largura. Claro, há modelos consideravelmente maiores por aí, mas isso não muda o fato de que o Moto G60 é pouco prático em seu manuseio.

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Nas laterais, de um lado temos o controle de volume, um botão para ligá-lo e desligá-lo, além de um botão dedicado para acionamento do Google Assistente. Do outro, fica a bandeja para o cartão SIM da sua operadora, além de um espaço para outro chip ou um cartão de memória.

Na parte de baixo há uma entrada USB-C para o carregador de 20W (incluso na embalagem), além de um conector de 3,5 milímetros (P2) para o fone de ouvido na parte superior.

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Este conector é bastante bem-vindo, já que muitos outros aparelhos o eliminam e obrigam o uso de fones USB-C ou um adaptador USB-C para P2, o que impede carregar e usar os fones ao mesmo tempo. A alternativa, um fone Bluetooth, consome mais bateria ao longo do dia.

Imagem mostra o Moto G60 nas mãos de um usuário
Por ser feito em plástico, o Moto G60 tende a ser meio escorregadio e a “pegada” não é das mais confortáveis, mas na caixa do aparelho há uma capa de silicone que pode minimizar eventuais quedas. Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital

Internamente, o Moto G60 vem com processador Snapdragon 732G da Qualcomm – o mesmo do Mi 11 Lite, mas o aparelho da Motorola parece ser mais eficiente na gestão das tarefas. Equipado com um sistema operacional Android 11 e a bateria de alta potência, tudo parece um casamento perfeito, com tarefas rodando de forma fluida e sem gargalos.

Nem tudo são elogios, porém: assim como outros aparelhos da série G, o Moto G60 deixa a desejar no brilho: mesmo quando você o ajusta para o nível máximo, ele ainda é fraquinho. Isso, e a ausência de um som estéreo, fazem com que a experiência audiovisual – streaming de vídeo ou música sem fones – sofram desnecessariamente.

Vídeos no YouTube, por exemplo, acabam ficando ofuscados se o ambiente ao redor tiver excesso de luz, e os jogos, ainda que bem exibidos na tela, não conseguem destacar elementos visuais e sonoros de forma a deixar o usuário mais envolvido na partida.

Dentro de seu corpo, o Moto G60 traz 128 GB de espaço (expansível para 1 TB via cartão de memória) e 6 GB de memória RAM, então espaço para seus arquivos não deve ser problema – uma característica necessária, considerando que o aparelho filma em resolução 4K (30 fps) e Full HD (60 fps).

O kit de câmeras traseiras conta com o sensor principal de 108 megapixels, além de sensores macro (8 MP), ultra wide (8 MP) e de profundidade (2 MP). No canto superior esquerdo da tela há um buraco para a câmera frontal de 32 MP, que consegue fazer selfies bem detalhadas.

No que tange a recursos de fotografia, o Moto G60 conta com um eficiente modo Night Time, que expande a captura de luz em ambientes noturnos, deixando cenas escuras mais claras, mas separando bem todos os elementos da composição: o resultado disso é uma imagem mais detalhada, mas sem o aspecto “estourado” de um flash.

Fora isso, o sensor principal consegue capturar detalhes impressionantes – um salto enorme de qualidade se comparado ao Moto G30, da mesma fabricante e, em alguns casos, melhor até que o Moto G100, que tem uma câmera de menor resolução.

O Android 11 vem neste aparelho em sua versão mais limpa, o que facilita a gestão de vários apps – sobretudo os de mensagem -, além de contar com um acesso rápido para configurar o costumeiro sistema de navegação por gestos da Motorola.

E com a bateria cheia e um ótimo gerenciamento de energia por parte do processador, facilmente você passará mais de um dia sem nem olhar para o carregador. A Motorola promete mais que 50 horas de uso moderado contínuo no site oficial, e embora não tenhamos conseguido chegar a mais que dois dias sem uma recarga, é seguro dizer que o Moto G60 vai longe – bem longe – com sua bateria.

Imagem mostra o Moto G60 reproduzindo um vídeo de surf em sua tela de 6,8 polegadas
O Moto G60 é ruim no brilho da tela, compensando essa falha apenas no streaming de vídeo ou na execução de jogos, cortesia de modos dedicados. Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital

Ele também se comporta bem na execução de jogos, mas emperra nas limitações do hardware: os mesmos problemas com brilho da tela e a ausência de som estéreo se fazem notar aqui. Mesmo com o modo dedicado a jogos acionado, o som e os gráficos pareciam meio “chapados”, e os elementos principais não se destacavam.

Pelo menos no que tange ao poder de processamento, não tivemos problemas. Em nossos testes com títulos como “Genshin Impact” e “Honkai Impact 3rd” (ambos da miHoYo) vimos animações sem muitos engasgos.

Títulos com mais ação na tela, como “Need for Speed” (Electronic Arts) também rodaram bem mas acabaram perdendo um pouco da sensação de imersão. E considerando que estes três jogos são famosos por seus recursos audiovisuais, um desempenho que seja “apenas ok” não lhes faz justiça.

De uma forma geral, o Moto G60 é uma excelente escolha caso você não tenha dinheiro para um aparelho topo de linha, mas também não queira se contentar com bateria e display intermediários.

Vale muito à pena ficar de olho neste modelo e, dependendo da sua preferência, até ignorar versões menores da mesma fabricante, já que o G60 parece reunir todas as qualidades de seus “irmãos menores” em um pacote elegante, apesar das ressalvas.

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