Nesta terça-feira (22) começou o programa de orientação a grávidas e puérperas sobre a vacinação contra a Covid-19 promovido pela Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP). A ação acontece também na quarta-feira (23) e se estende até a segunda-feira (28), sem edições no fim de semana. Chamado “Mutirão: gestantes e puérperas, vacinas sim”, o programa contará com plantões on-line, nas redes sociais da entidade (Facebook, Instagram e YouTube), sempre a partir das 19h.
De acordo com a SOGESP, a imunização contra a Covid-19 é importante para todos os cidadãos, em especial para aqueles dos grupos de risco, em que se enquadram as gestantes e puérpuras, com ou sem comorbidades. “Vários estados, inclusive, já liberaram a vacinação a todas elas. Sendo assim, basta procurar uma unidade de saúde habilitada e tomar a primeira dose, dando importante passo para se prevenir e respirar um pouco mais aliviada nestes tempos de pandemia”, orienta a organização.
Fake News geram insegurança sobre a vacinação, afirma SOGESP
Uma grande preocupação do órgão, que motivou a criação do programa, é a disseminação de notícias falsas a respeito da vacinação. “Hoje, no Brasil, temos irresponsáveis que fazem campanhas contra a vacinação, certamente apostando no quanto pior, melhor. Os negacionistas enchem as redes sociais de Fake News, o que cria medo e insegurança generalizada”, diz a associação em comunicado oficial sobre o evento. “O resultado dessas ações é alarmante: o número de grávidas e puérperas imunizadas está bem abaixo do esperado. O diagnóstico é que muitas temem por improváveis reações adversas para a saúde delas e para a de seus bebês, principalmente de malformações”.
Exatamente por ficarem preocupados com a saúde e a vida dessas mulheres, bem como com o bem-estar de seus bebês, é que ginecologistas e obstetras paulistas resolveram promover esse mutirão para, nas palavras do órgão, “orientá-las sobre os benefícios das vacinas, combater informações falsas e falaciosas, além de esclarecer dúvidas pontuais”.
“Monitoramos as redes sociais com frequência, e nossos associados recebem, diariamente, centenas de mensagens por whatsapp ou e-mail. As manifestações de grávidas e puérperas evidenciam pavor e angústia”, afirma Rossana Pulcineli, presidente da SOGESP. “Fica claro que são alvo de campanha de contrainformação de grupos contrários à imunização”, acredita.
Índices assustam e pedem medidas urgentes
Apenas nos primeiros cinco meses de 2021, houve aumento de 111,7% dos óbitos por Covid-19, em relação a 2020 inteiro. Esses dados são do Ministério da Saúde (MS), com atualização semana a semana, sempre às quartas-feiras.
De acordo com a SOGESP, as informações têm sido divulgadas amplamente pelo Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), após estudo estatístico e interpretação científica.
Leia mais:
- Vacina cubana contra a Covid-19 é 92% eficaz, segundo fabricante
- Anvisa nega uso emergencial de antiviral contra a Covid-19
- Supercomputador mais potente do mundo está buscando a cura para Covid-19
Até a contabilização mais atual do MS sobre casos e mortes pelo SARS-CoV-2, ocorrida em 16 de junho, 1.412 gestantes e puérperas perderam a vida para a doença desde o início da pandemia. A letalidade saltou de 7,4% em 2020 para 17% em 2021.
Desde o início da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas que foram a óbito por Covid-19 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI), de acordo com a associação, que informa também que 33% dessas mulheres não foram intubadas, “o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las”.
Assim, entre março de 2020 a primeira quinzena de junho de 2021, foram 14.042 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19. Houve ainda mais 11.785 de registros com 296 mortes entre gestantes e puérperas com SRAG não especificada, que, na avaliação dos pesquisadores, podem ser também episódios não notificados de Covid-19.
SOGESP pode estender as lives de emergência conforme a demanda
As sessões de plantão on-line serão realizadas por meio do que o órgão chama de “lives de emergência”, que objetivam atender aos questionamentos das pacientes.
“É nossa obrigação defendê-las e prezar pela saúde e vida delas. Temos de trabalhar com esclarecimentos permanentes e mostrar a elas que vacinas só fazem bem a grávidas, puérperas e a todos”, explica Rossana.
Inicialmente, estão marcadas cinco lives gratuitas, mas o calendário pode ser estendido em virtude da demanda. O formato é simples: após breve explanação sobre os benefícios e segurança de todas as vacinas, três ginecologistas e obstetras ouvirão dúvidas e prestarão esclarecimento ao público.
Para mais informações, acesse o site da SOGESP ou clique aqui.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!