Uma impressionante imagem de um belíssimo fenômeno foi registrada nos Lençóis Maranhenses pelo fotógrafo Rui Rezende. Trata-se de um moonbow ou arco-íris lunar, um fenômeno quase impossível de ser visto a olho nu e raríssimo de ser registrado.

Rui estava fotografando o céu noturno no Parque dos Lençóis Maranhenses quando percebeu uma nuvem se aproximando. Ele apontou a câmera e fez uma foto com 30 segundos de exposição para captar bem as estrelas. Quando foi conferir, tinha registrado esse belíssimo e raro fenômeno.

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Moonbow, ou arco-íris lunar registrado nos Lençóis Maranhenses
Moonbow, ou arco-íris lunar registrado nos Lençóis Maranhenses. Créditos: Rui Rezende

Como se forma um arco-íris lunar?

Segundo Diego Rhamon, astrônomo amador e mestrando em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um moonbow se forma da mesma forma que um arco-íris comum. A única diferença é que, num arco-íris comum, a fonte de luz é o Sol, e em um moonbow, é a Lua. Ambos se formam a partir da combinação dos fenômenos ópticos de dispersão, refração e reflexão da luz dentro das gotas de chuva.

Ou seja, para ocorrer, é preciso ter uma fonte de luz, chuva e o observador entre esses dois. Também é preciso que o Sol (ou a Lua) não esteja muito alto no horizonte. Como o arco-íris ocorre no lado oposto à fonte de luz, quanto mais alta ela estiver, mais baixo estará o arco-íris, e se a fonte estiver acima de 42°, o arco-íris já não seria mais visível.

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Diego também analisou as imagens de satélite naquela noite, e percebeu que havia uma nuvem de chuva a leste, vindo na direção de Rui. Além disso, o mapa celeste daquela noite mostra que a Lua estava exatamente na direção oposta onde o moonbow foi registrado, confirmando o cenário necessário para o registro do fenômeno.

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Mapa celeste da noite de 16 de junho. Em destaque, a posição da Lua que formou o moonbow exatamente na direção oposta
Mapa celeste da noite de 16 de junho. Em destaque, a posição da Lua que formou o moonbow exatamente na direção oposta. Créditos: stellarium.org

Mas para a formação de um arco-íris lunar, é preciso também que a Lua esteja bastante iluminada, próxima à fase cheia. Não era o caso de Rui, que fez a foto na noite de 16 de junho, quando a Lua estava em fase crescente, 37% iluminada. Rui conta que não era possível perceber o moonbow a olho nu. Mas quando fez a foto em longa exposição, ele apareceu. Isso porque, em uma longa exposição, o sensor da câmera fica exposto por um tempo bem maior, para acumular os fótons, realçar a luminosidade de imagens tênues.

Dessa forma, foi possível registrar não só um, mas dois arco-íris lunares, incluindo um arco-íris secundário que pode ser visto mais externamente. Completam o cenário, o céu estrelado e a beleza dos Lençóis Maranhenses, iluminados pela luz da Lua, que também projetou esse belíssimo moonbow, compondo a fantástica imagem captada pelas lentes de Rui Rezende.

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