Uma nova pesquisa publicada nesta terça-feira (29) na revista Nature Communications aponta que apesar dos dinossauros terem sido extintos por um asteroide (ou possivelmente um cometa) há 66 milhões de anos, seu declínio começou, na verdade, até 10 milhões de anos antes.

Os cientistas envolvidos utilizaram um método de modelagem estatística chamado análise Bayesiana para preencher lacunas, como fósseis incompletos, incertezas a respeito da datação desses fósseis, entre outras.

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Os modelos foram executados milhões de vezes para considerar todas as possíveis fontes de erro e, em todos os casos, os pesquisadores encontraram indícios do declínio dos dinossauros antes do impacto do asteroide.

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Além disso, eles observaram mais de 1.600 fósseis de seis famílias de dinossauros mais abundantes durante o período Cretáceo, três delas de herbívoros e as outras de três de carnívoros. Entre as famílias analisadas estavam as dos tiranossauros, triceratops e hadrossauros, famosos devido aos filmes da série Jurassic Park.

O início do fim dos dinossauros

Segundo Fabien Condamine, pesquisador do CNRS do Institut des Sciences de l’Evolution de Montpellier e autor principal do estudo, todas as famílias analisadas estavam evoluindo e se expandindo até que há 76 milhões de anos houve uma queda repentina. Enquanto as taxas de extinção começaram a aumentar, as relacionadas à origem de novas espécies passaram a cair.

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Em suas análises, os pesquisadores exploraram diferentes possíveis causas para entender o que levou ao início do declínio dos dinossauros.

Dinossauros
O fim dos dinossauros levou à ascenção dos mamíferos. Imagem: Daniel Eskridge/Shutterstock

“Ficou claro que havia dois fatores principais. O primeiro é que o clima geral estava ficando mais frio, e isso tornou a vida mais difícil para os dinossauros, que provavelmente dependiam de temperaturas altas. Então, a perda de herbívoros tornou os ecossistemas instáveis ​​e propensos à extinção em cascata”, afirmou o coautor Mike Benton, da Escola de Ciências da Terra da Universidade de Bristol. “Também descobrimos que as espécies de dinossauros de vida mais longa eram mais sujeitas à extinção, talvez refletindo que eles não poderiam se adaptar às novas condições na Terra”.

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Assim, durante um longo período de 10 milhões de anos (o Homo Sapiens não chega nem há 500 mil anos de existência), a temperatura começou a cair, chegando a diminuir 7 ºC em média. Isso tornou muito difícil a existência dos dinossauros que, estima-se, não eram capazes de produzir calor próprio.

“Este foi um momento chave na evolução da vida. O mundo foi dominado pelos dinossauros por mais de 160 milhões de anos e, à medida que declinavam, outros grupos começaram sua ascensão ao domínio, incluindo os mamíferos“, acrescentou Condamine.

“Os mamíferos começaram a aumentar em número de espécies antes que os dinossauros tivessem morrido e, depois do impacto, eles tiveram a chance de construir novos tipos de ecossistemas que vemos hoje”, completa.

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Via: Phys e Nature