Pesquisadores da Universidade Amherst, em Massachusetts, nos Estados Unidos, têm trabalhado para encontrar uma solução que permita o uso da pele humana para recarregar dispositivos como smartwatches e smartbands. A intenção dos cientistas é permitir que esses dispositivos sejam usados para monitoramento da saúde 24 horas por dia, sete dias por semana. 

Relógios e pulseiras inteligentes são dispositivos cada vez mais populares, já que, por um preço relativamente baixo, você tem um aparelho capaz de monitorar sinais vitais, incluindo a qualidade do sono. Porém, não é incomum que o momento de recarregar esses aparelhos seja justamente na hora de dormir.

O papel dos instrumentos

A pesquisa avançou bastante quando os cientistas perceberam que a pele humana é um material condutor. De acordo com os cientistas, isso pode permitir a instrumentação de objetos do nosso dia a dia, como mesas e cadeiras de escritório e volantes de carros para que eles possam transmitir energia através da pele humana para smartwatches, smartbands e outros dispositivos vestíveis.

Em outras palavras, a intenção dos pesquisadores é usar a pele humana como uma espécie de fio condutor de energia para os dispositivos. De acordo com os cientistas, isso pode motivar as pessoas a fazer coisas como rastrear o sono, já que elas não precisarão mais tirar os dispositivos do corpo para recarregá-los.

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De acordo com um dos pesquisadores envolvidos no estudo, Noor Mohammed, essa tecnologia pode ser aplicada no desenvolvimento de dispositivos portáteis sem bateria, tanto para consumo comercial, quanto para aplicações clínicas. Nesta semana o grupo recebeu um incentivo extra, uma bolsa de quase 600 mil dólares da Fundação Nacional de Ciências dos EUA.

A pele como bateria

Carregamento pela pele
Um dos pesquisadores demonstra como o dispositivo vestível é carregado através do contato de seu antebraço esquerdo com o transmissor de energia abaixo do teclado. Crédito: UMass Amherst

De acordo com Jeremy Gummeson, engenheiro da Amherst e especializado em computação vestível, a tecnologia deve usar o tecido da pele humana como um meio de transferência de energia. Para isso, um eletrodo é acoplado ao corpo, fazendo o papel do “fio vermelho”, quando pensamos em uma bateria tradicional, com um fio vermelho e um outro preto.

Já o “fio preto”, é estabelecido entre duas placas de metal embutidas no dispositivo vestível e em um objeto cotidiano instrumentado, tornando-os virtualmente conectados através do ambiente circundante quando a frequência do sinal portador de energia é suficientemente alta para isso.

Os pesquisadores testaram um protótipo de sua tecnologia com 10 pessoas em três diferentes cenários, enquanto mantinham contato com um teclado de mesa, quando trabalhavam usando um laptop ou enquanto seguravam o volante de um carro. De acordo com os pesquisadores, os protótipos funcionaram dentro do esperado e não geraram riscos à saúde dos voluntários.

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Contudo, o protótipo ainda não gerou energia o suficiente para operar continuamente smartwatches de ponta, como um Apple Watch. Mas já podem suportar algumas smartbands de baixo consumo de energia, como a Fitbit Flex ou as Mi Bands, da Xiaomi.

Com informações do Tech Xplore

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