A agência espacial chinesa pretende coletar amostras da Lua de uma região jamais explorada conhecida como Polo Sul-Aitken (SPA). Localizada no lado distante ou “oculto”, ela deverá ser investigada pela missão Chang’e 6.

A previsão é que a sonda aterrisse nesse parte da Lua até 2024. A missão incluirá também um orbitador, um veículo de ascensão lunar e uma cápsula de reentrada.  

A Chang’e 6 é vista como audaciosa pelo fato da SPA ser uma cratera bem extensa, com cerca de 1.550 milhas, o equivalente a 2.500 Km de diâmetro. É o lugar mais antigo da Lua, guardando inúmeros mistérios que poderão auxiliar nas pesquisas científicas. Entre eles, a história do astro e do sistema solar. 

Parceria internacional na exploração lunar 

A missão Chang’e 6 não estará apenas reunindo esforços chineses na exploração do lado oculto da Lua. Muitos outros países contribuirão com a empreitada espacial. 

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A França, por exemplo, fornecerá um instrumento de detecção conhecido como DORN para estudar o elemento radônio, que é emitido de forma gasosa pelo rególito lunar (rocha altamente fragmentada, formada pelo impacto repetido de meteoros sobre a superfície da Lua). 

Módulo de pouso lunar Chang’e 5 já cravou uma bandeira da China na Lua, meta agora é explorar uma região totalmente desconhecida. Imagem: CNSA / CLEP

Já o Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália entregará um retrorrefletor a laser, instrumento utilizado para refletir a luz de volta para a sua fonte. Com o aparelho, os cientistas conseguem medir o tempo gasto na viagem, convertendo as informações de distância com eficácia. O mesmo equipamento foi utilizado nas missões Apolo 11, 14 e 15.

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Há contribuições ainda da Rússia e Suécia, de acordo com o pronunciamento do engenheiro-chefe do Centro de Exploração Lunar e Engenharia Espacial da China, Hu Hao. 

A parceria com a China-Rússia pretende investigar a presença de gelo na superfície da Lua, enquanto os suecos almejam detectar íons negativos na superfície do satélite natural.  

Trabalho complexo exigirá satélite retransmissor 

A missão Chang’e 6 não será tão simples pelo fato do lado oposto da Lua nunca ficar direcionado para a Terra. Por isso, os cientistas necessitarão de um satélite retransmissor além do astro para enviar as informações. O desafio já foi superado com o satélite Quegiao, que desempenhou bem a função de retransmissão para a missão Chang’e 4. 

Além dessa missão, a China pretende ainda lançar as Chang’e 7 e 8, que irão envolver módulos de pouso (landers), robôs de exploração (rovers), satélites e veículos orbitais, com a meta de alcançar uma série de objetivos científicos e tecnológicos. 

Via: Space.com

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