Uma nova análise de dados globais mostrou que países com menor renda, onde o Brasil está incluso, têm uma maior probabilidade de serem afetados pelas mudanças climáticas e pela poluição tóxica. No estudo, foi elaborada uma lista de países de maior e menor capacidade de tomar atitudes diretas para a redução de danos decorrentes da poluição.

Este é um dos raros estudos que exploram a relação entre a renda dos países, a poluição e as mudanças climáticas. Para estabelecer essas relações, os pesquisadores analisaram três conjuntos de dados públicos que são usados com frequência: o  Índice de Adaptação Global (ND-Gain), o Índice de Desempenho Ambiental (EPI) e a Aliança Global sobre Saúde e Poluição (GAHP).

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Mapa mostra vulnerabilidade de países à poluição
Brasil tem vulnerabilidade de média para alta para os efeitos das mudanças climáticas e poluição. Crédito: Universidade Notre Dame

Eles encontraram uma forte relação entre a distribuição espacial do risco climático global e poluição tóxica. Os países mais vulneráveis às mudanças climáticas foram, em sua maioria, os que enfrentaram os maiores riscos de poluição tóxica. Os autores também observaram que fatores demográficos, ecológicos e sociais estão conectados e demonstram padrões de desigualdade.

Outros fatores que levaram esses países a serem mais afetados pela poluição e mudanças climáticas têm um aspecto mais político, como uma capacidade relativamente baixa para construir políticas ambientais e de fiscalização. No Brasil, por exemplo, apenas 13 multas aplicadas pelo Ibama em 2019 foram pagas por quem as recebeu, uma média de apenas uma por mês.

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Alguns furos

Apesar de bastante completo, o estudo não captura todas as formas de dano ou risco potencial de poluição tóxica e mudanças climáticas. Os autores também observam que abordar esses impactos pode exigir uma avaliação mais detalhada dentro dos países já que alguns dos indicadores utilizados como base podem variar amplamente.

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Contudo, as descobertas imediatas apontam para a necessidade de uma abordagem conjunta dos efeitos da poluição e das mudanças climáticas globalmente. Ao mesmo tempo, as conclusões do estudo apontam para a necessidade de se formular políticas internacionais para diminuição dos riscos decorrentes tanto da poluição tóxica, quanto do aquecimento global.

Com informações do Phys

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