Quem é Muhammad Yunus, “banqueiro social” premiado na abertura das olimpíadas de 2020

Tido como “pai do empreendedorismo social”, Yunus recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2006 pelo seu trabalho com populações de baixa rende
Por Rafael Arbulu, editado por Tissiane Vicentin 25/07/2021 17h31, atualizada em 26/07/2021 11h30
muhammad yunus
Imagem: Yunus Sports Hub/Divulgação
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Durante a abertura dos jogos olímpicos de 2020, a cerimônia apresentada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) premeou com um louro olímpico – a tiara de folhas comum aos medalhistas da competição – o banqueiro Muhammad Yunus, natural de Bangladesh. Mas poucos na ocasião sabiam de fato quem ele é – e, mais importante para nós, o seu impacto no mercado brasileiro.

Yunus é conhecido por muitos como o “banqueiro social”, oferecendo todo tipo de auxílio financeiro a populações carentes por meio da empresa que criou em 1983, o Grameen Bank. Nele, são oferecidas linhas de crédito para empreendedores de países de terceiro mundo em condições e juros que, normalmente, os bancos mais tradicionais tendem a recusar.

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Imagem mostra Muhammad Yunus cumprimentando o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, durante cerimônia realizada em 2020
Muhammad Yunus (esq.) cumprimentando o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, durante cerimônia realizada em 2020. Imagem: Greg Martin/COI

Segundo o próprio Muhammad Yunus, seu banco já emprestou mais de US$ 12 bilhões (R$ 62,45 bilhões) e tem 97% de sua carteira de clientes constituída por mulheres.

Essa percepção mais progressista também trouxe reflexos no Brasil: em 2011, o executivo expandiu os negócios para cá, por meio da criação da Yunus Negócios Sociais, uma empresa de aceleração de capital que busca unir empreendedores de pequeno porte a possíveis investidores, tendo ajudado empresas como Moradigna, Beone Technologies, Assobio Soluções Socioambientais, Renovatio e MaturiJobs.

Muhammad Yunus e o esporte

Yunus não pôde comparecer pessoalmente à abertura dos jogos em Tóquio, preferindo participar por meio de uma chamada de vídeo de sua casa em Daca, capital de Bangladesh.

O envolvimento de Yunus com o esporte tem uma diretriz parecida com seus pilares bancário e de investimento: o auxílio a quem tem a capacidade, mas não o acesso. Por meio da Yunus Sports Hub, marca também criada por ele, a ideia é a de fomentar iniciativas sociais voltadas ao esporte, promovendo o acesso de públicos de baixa renda à participação em negócios do ramo.

“No esporte, os negócios sociais têm uma oportunidade única para iniciar a mudança”, diz trecho descrevendo a missão da empresa em seu site oficial. “Como o professor Yunus afirmou em seu discurso de abertura do COI nos jogos olímpicos e paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, ‘o esporte é poderoso porque é básico a nós, seres humanos’”.

A grosso modo, a Yunus Sports Hub oferece praticamente os mesmos produtos do Grameen Bank – investimento, incubação empresarial, treinamento, consultoria e venture building, por exemplo – mas voltado ao desenvolvimento do esporte.

A marca colocou Bangladesh nos olhos do mundo – mesmo considerando que, em termos esportivos, o pequeno país asiático não tenha muita expressão, visto que nunca em sua história ganhou sequer uma medalha.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Tissiane Vicentin é redator(a) no Olhar Digital