Um estudo feito a partir de observações de satélite entre 2001 e 2020 constatou que o “desequilíbrio de energia” do planeta Terra está crescendo. Ou seja, a luz solar continua a chegar, mas a Terra não está devolvendo ao espaço energia suficiente, seja como radiação solar refletida ou como radiação infravermelha emitida.

“Até agora, os cientistas acreditavam que, devido ao curto registro de observação, não podemos deduzir se o aumento no desequilíbrio é devido aos humanos ou ao ‘ruído’ climático. Nosso estudo mostra que mesmo com o dado registro de observação, é quase impossível ter um aumento tão grande no desequilíbrio apenas pela Terra fazendo suas próprias oscilações e variações”, afirmou Shiv Priyam Raghuraman, estudante graduado em ciências atmosféricas e oceânicas (AOS) na Princeton University, nos Estados Unidos.

“É excepcionalmente improvável – menos de 1% de probabilidade – que essa tendência possa ser explicada por variações naturais no sistema climático“, completou Raghuraman, que trabalhou com David Paynter do Geophysical Fluid Dynamics Laboratory (GFDL), um laboratório nacional financiado pela NOAA localizado no Campus Forrestal de Princeton, e V. “Ram” Ramaswamy, diretor do GFDL e conferencista com o posto de geociências e AOS na Princeton University.

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Efeito estufa no planeta Terra

Ele lembra que aumentar os gases do efeito estufa significa reter mais calor na forma de radiação infravermelha: “Isso está correto, mas o outro lado é que o planeta mais quente resultante agora também irradia mais calor infravermelho para o espaço, então o impacto do aquecimento do gás de efeito estufa é cancelado”.

“Em vez disso, grande parte do aumento do desequilíbrio vem do fato de que estamos recebendo a mesma quantidade de luz solar, mas refletindo menos, porque o aumento dos gases do efeito estufa causa mudanças na cobertura de nuvens, menos aerossóis no ar para refletir a luz solar — isto é, um ar mais limpo nos EUA e na Europa — e o gelo marinho diminui”, explicou Shiv Priyam Raghuraman no estudo.

Lembrando que o gelo marinho branco e brilhante reflete muito mais luz solar do que a água escura do mar, que a absorve. Portanto, à medida que o gelo marinho derrete, a Terra fica menos reflexiva.

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De acordo com os pesquisadores da Princeton University e Geophysical Fluid Dynamics Laboratory, os oceanos armazenam 90% desse excesso de calor e o registro do satélite fornece evidências claras de um sistema climático influenciado pelo homem.

“Saber que a atividade humana é responsável pela aceleração da absorção do calor planetário implica a necessidade de uma política significativa e ação social para reduzir as emissões antropogênicas de gases de efeito estufa para conter novos aumentos no desequilíbrio de energia da Terra”, alertam os cientistas no estudo.

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O relatório com o dado alarmante deverá ser publicado na revista BioSciense e reúne uma atualização de 14 mil especialistas que atestaram as informações.

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