Nessa semana, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o aquecimento global está perto do limite máximo e que os danos podem ser irreversíveis. Cientistas e os maiores líderes mundiais dizem que o clima da Terra está ficando tão quente que, em cerca de uma década, as temperaturas poderão ultrapassar um nível que as autoridades vêm, há anos, tentando evitar. Mas como o aumento da temperatura global pode afetar nossa saúde?

Os cientistas afirmam que, se continuar assim, a temperatura global pode mudar de forma profunda. Por exemplo, o tipo de onda de calor que costumava acontecer apenas uma vez a cada 50 anos agora acontece uma vez a cada década, e se o mundo aquecer mais um grau Celsius, isso acontecerá duas vezes a cada sete anos.

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Para efeito de comparação, apenas em 2020 três recordes históricos de temperatura foram batidos. A Califórnia registrou 54ºC enquanto a Antártida superou os 20 ºC e o Ártico atingiu os 38 ºC. Temperaturas consideradas incomuns para os três ambientes.

O Olhar Digital conversou recentemente com o médico Jamiro Wanderley, da Unicamp, em São Paulo. O especialista explicou como as ondas de calor podem afetar o corpo humano e quais os perigos desse superaquecimento.

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Segundo o médico, o corpo humano possui uma boa capacidade de adaptação, tanto em temperaturas altas, como em desertos, quanto em temperaturas mais baixas, como os polos. No entanto, uma mudança brusca em pessoas que não estão acostumadas pode acarretar em problemas mais severos.

“Nessa situação de calor, o principal sintoma é a desidratação. O corpo começa a transpirar mais e precisa de mais líquido. Nesse caso, quem sofre mais são os extremos de idades. Tanto os mais velhos, que as vezes não conseguem pegar água com frequência, quanto os mais novos, que são pequenos e possuem pouca água no corpo”, disse Wanderley.

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Mudança na temperatura global

Os sintomas da desidratação incluem sede constante, pouca urina, falta de suor, pele e lábios secos. Em casos severos pode levar a uma redução dos batimentos cardíacos e até mesmo febre baixa. Para evitar quadros como esse é necessário repor líquido, tanto com água quanto com isotônicos.

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Além da desidratação, a alta temperatura global pode dificultar o funcionamento das enzimas no corpo humano. Esse quadro pode levar a uma moleza e até a quadros de desmaio. Isso pode resultar ainda em pressão baixa. O cuidado precisa ser redobrado também com pessoas cardiopatas, devido a baixa frequência cardíaca que as altas temperaturas podem causar.

Outros impactos que isso pode ter são na alimentação. Segundo a ONU, até 2050 o preço de muitos alimentos pode ficar mais caros, já que a alta temperatura global pode dificultar sua produção em alguns locais. Com o aquecimento, terrenos que hoje são férteis podem sofrer danos e perderem de foram parcial ou total sua capacidade de produção. Com alimentos mais caros, a taxa de subnutrição deve aumentar.

Além disso, a ONU e a OMS disseram que a degradação da natureza, consequência do aquecimento global, influencia no surgimento de novas pandemias. “Temos visto muitas doenças aparecendo ao longo dos anos, como Zika, AIDS, SARS e Ebola, todas originadas de populações animais sob condições de pressão ambiental severa”, disse Elizabeth Marina Mrema secretária-executiva da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica em um artigo publicado no fim do ano passado.

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