O CEO da SpaceX, Elon Musk, confirmou que a empresa deve corrigir o design de um componente de aterrissagem — ou flap — da nave orbital Starship. A ideia é que a companhia os encolha e os aproxime do “nariz” da espaçonave, no intuito de livrá-los — ou, ao menos, reduzir — do calor gerado pelo processo de reentrada e pouso vertical.
A nave Starship aplica um conceito diferenciado de pouso: espaçonaves como o ônibus espacial descem em posição horizontal planando até tocar uma longa pista, como um avião. Já a espaçonave da SpaceX é um pouco mais “bruta”: durante o processo de reentrada na atmosfera, ela entra em queda livre na horizontal, mas muda bruscamente para a posição vertical para aterrissar em sua base.
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Isso porque a ideia desse tipo de pouso é a de permitir que a Starship possa ser reutilizada logo após uma curta revisão pós-vôo. O sonho de Elon Musk é o de que uma única nave possa ser usada mais de uma vez por dia.
Os flaps são uma parte essencial desse processo, pois eles oferecem um maior controle na inclinação e angulação da nave. Hoje, porém, os flaps frontais (na imagem acima, são as “asas” saindo da parte alta da Starship), são maiores do que o necessário, o que os deixa sujeitos ao calor e pressão da reentrada e, consequentemente, variações imprevistas de inclinação.
O que a SpaceX deve mudar no design do componente é justamente diminuir seu tamanho no topo da Starship (os flaps traseiros, na base da nave, permanecem como estão). Além de aliviá-los dessa pressão, em teoria, eles podem deixar a nave mais leve, já que, caso a SpaceX reduza o impacto da reentrada nessas duas partes, não haverá necessidade de camadas extras para protegê-las contra temperaturas extremas — normalmente, esses “escudos” consistem de chapas extras de metal ou cerâmica, que adicionam peso ao conjunto.
Ironicamente, a SpaceX apenas recentemente reinstalou essa proteção térmica nos flaps da Starship 20 (SN20), o protótipo mais recente da nave orbital. Então, ao que tudo indica, esse “retrabalho” no design deve valer apenas para gerações futuras da nave, mas como Elon Musk é Elon Musk, o CEO não se comprometeu com datas.
Vale lembrar que, de cinco testes de pouso verticais da Starship, quatro deram errado e destruíram o protótipo. Entretanto, esses erros ocorreram apenas nos últimos 15 ou 30 segundos da viagem. Ou seja, há uma boa solidez no procedimento, e os acertos necessários referem-se apenas à última parte da jornada da nave.
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