Longe do Olhar Digital alimentar teóricos da conspiração, mas segundo uma matéria na revista digital Breaking Defense, os EUA têm uma “arma espacial” de detalhes desconhecidos, e o governo atual debate se deve ou não demonstrar suas capacidades ao público.

Segundo a reportagem, líderes do campo militar norte-americano já vêm discutindo a potencial revelação do artefato há mais de um ano. Originalmente, a ideia era que a tal arma fosse mostrada durante a conferência Space Symposium de 2020, ainda durante a administração do ex-presidente Donald Trump. Mostrá-la na ocasião serviria como uma validação da chamada Space Force, o braço dos EUA que supervisiona operações militares no espaço. Isso só não aconteceu porque a pandemia da Covid-19 forçou o cancelamento do evento.

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Armas baseadas em tecnologia satélite já existem, mas EUA pode ter desenvolvido uma "arma espacial" para adquirir supremacia fora da Terra. Na imagem, um laptop usado por um soldado camuflado
Armas baseadas em tecnologia satélite já existem, mas EUA pode ter desenvolvido uma “arma espacial” para adquirir supremacia fora da Terra. Na imagem, um laptop usado por um soldado camuflado. Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock

O simpósio já está de volta para a sua edição de 2021, que começou hoje (23) e vai até o dia 26. Também foi considerada a ideia dos EUA revelarem a “arma espacial” neste evento, mas a recente queda do governo do Afeganistão mudou os planos do governo.

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“O sistema em questão há tempos está coberto pelo mais negro dos mantos negros de atividades secretas — desenvolvido como uma ‘atividade do Programa de Acessos Especiais’ acessível apenas por alguns líderes sênior do governo dos EUA”, diz trecho da matéria. “Ainda que as exatas capacidades sejam desconhecidas, fontes afirmam que a revelação da arma provavelmente incluirá uma demonstração prática de sua capacidade ativa de defesa, na degradação ou destruição de um satélite ou espaçonave”.

Apesar do tom conspiracionista (e a ausência de fontes nomeadas pela matéria, que se limita a dizer “nossos informantes”), a existência de tal arma não seria de todo sem fundamento: na última década, Rússia e China investiram no engrandecimento de seus poderios militares, adquirindo a capacidade de atacar até mesmo satélites – segundo acusações do próprio governo americano.

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“Essas capacidades operacionais podem ser usadas para interromper, degradar ou destruir sistemas espaciais americanos”, disse ao Ars Technica Brian Weeden, diretor da Fundação Secure World e co-editor do relatório de Capacidades Contraespaciais Globais, publicado em 2021. “[Revelar uma ‘arma espacial’] Seria uma forma do Departamento de Defesa dizer ‘na verdade, nossos satélites não são assim tão vulneráveis’. Nós temos que derrotar esses ataques”.

Mesmo que os detalhes sejam desconhecidos, o Breaking Defense teceu algumas especulações do que esse projeto dos EUA para uma “arma espacial” pode ser: um laser baseado na Terra, direcionado ao espaço para “cegar” sensores de satélites e armas inimigas; um “embaralhador” de radiofrequência acionado por proximidade, instalado em satélites militares; ou um sistema de microondas de altíssima potência instalado em satélites “protetores”, que pode fritar sistemas inimigos.

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Isso é…bem menos empolgante do que conspiracionistas poderiam dizer, então. Nada de mísseis, explosões ou coisas do gênero, apenas pura tecnologia.

A criação de um projeto dessa linha dentro da administração de Trump faz certo sentido: o ex-presidente sempre defendeu a criação Space Force, apostando que o espaço, hoje sem um domínio de uma nação específica, seria palco para novas formas de guerra. Com Rússia, China e outros países, como Índia e França, pesquisando formas de travar conflitos além-Terra, os EUA terem uma “arma espacial” como projeto de defesa nem parece tão fora da realidade assim.

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