A pandemia do coronavírus (Sars-Cov-2) tem piorado nos EUA por várias razões, e consequências disso começam a aparecer em indústrias aparentemente nada relacionadas com ela: segundo matéria do Insider, o avanço da Covid-19 vem causando falta de combustível para empresas de veículos espaciais, como a SpaceX.

O motivo: o oxigênio líquido que poderia ser usado por essas empresas como propelente vem sendo adquirido e mantido por hospitais, para ajudar no tratamento e recuperação de pacientes com casos mais graves de infecção pela doença, que sem o auxílio respiratório hospitalar, podem vir a óbito.

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Imagem mostra a presidente e COO da SpaceX, Gwynne Shotwell. Executiva disse que Covid-19 gerou falta de combustível para os foguetes da SpaceX
A presidente e COO da SpaceX, Gwynne Shotwell: executiva disse em evento que avanço da Covid-19 está atrapalhando o calendário da empresa espacial. Imagem: SpaceX/Divulgação

“Nós certamente vamos assegurar que os hospitais tenham todo o oxigênio que precisarem”, disse Gwynne Shotwell, COO da SpaceX, durante apresentação dela no Simpósio Espacial, realizado na última terça (24). “Nós na verdade seremos impactados este ano pela falta de oxigênio para lançamento”. Depois, a executiva brincou, pedindo que quem tivesse um tanque de oxigênio sobrando lhe enviasse um e-mail.

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O oxigênio líquido é usado pela SpaceX em conjunto com metano líquido criogenizado. A combinação de ambas as substâncias gera a propulsão vista nos motores Raptor, que são acoplados ao foguete Super Heavy e na nave orbital Starship, dando-lhes um muito necessário “empurrão”.

O mesmo oxigênio, porém, é empregado em hospitais em diversas frentes: tratamento de água e mecanismos de respiração artificial são dois dos exemplos. Entretanto, devido ao aumento no volume de infecções em alguns estados dos EUA, evidentemente, o tratamento clínico tem maior prioridade em relação a lançar foguetes.

Mas nem só com foguetes a Covid-19 complica a vida da SpaceX: no mesmo painel, Shotwell ainda disse que a atual crise de semicondutores — que impactou empresas como Sony, Tesla e diversas outras que dependem de chips de processamento para seus produtos — também atrapalhou a companhia espacial, que depende deles como parte importante de sua plataforma de internet via satélite Starlink. Shotwell admitiu que novas entregas do serviço podem atrasar por isso.

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