Quando não despertam admiração, novas tecnologias frequentemente evocam o medo — às vezes fruto de desinformação. Este foi o sentimento que levou um morador de um conjunto residencial nos Estados Unidos a tirar um Tesla Model 3 da tomada por receio de que a bateria pudesse “explodir”.

Ou isso, ou teoria da conspiração. O dono do veículo, Oliver James, publicou em um grupo de Facebook o bilhete colado no carro pelo vizinho: “Sobrecarregamento nesse calor vai explodir a bateria! Procure no Google, a bateria Tesla explode!”, escreveu o morador desconhecido, autodescrito como “morador preocupado”. A temperatura-ambiente na ocasião era de 30ºC – um calor não tão ameaçador, perto do que andou fazendo no Hemisfério Norte neste verão deles.

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O tom meio condescendente na mensagem ficou mais claro pelo espaço em que o morador grudou o aviso: próximo à porta de carregamento do Model 3. Ou seja: considerando o conteúdo do texto, parece que o morador estava genuinamente preocupado com a vida do vizinho, desejando dar um “conselho” sobre a bateria do Tesla Model 3. Mas não funciona assim.

Reprodução de aviso de morador em conjunto residencial dos EUA sobre possível sobrecarregamento da bateria do Tesla Model 3
Vizinho fez questão de colar o aviso “Procure no Google, a bateria Tesla explode!” próximo à porta de carregamento do Tesla Model 3 (Reprodução/Facebook)

Carros elétricos são mais perigosos?

Segundo o último relatório de segurança da Tesla, a ocorrência de incêndio em um veículo elétrico da empresa foi de um em cada 205 milhões de milhas percorridas (o equivalente a cerca de 330 milhões de quilômetros). Usando uma métrica de “incêndios por um bilhão de milhas percorridas”, a empresa americana aferiu eventos ocorridos entre 2012 e 2020.

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Como base de comparação nos EUA, a proporção de incêndios em carros movidos a gasolina é de um para cada 19 milhões de milhas (31 milhões de quilômetros). Os dados são da Associação Nacional de Proteção a Incêndios (NFPA, na sigla em inglês) e do Departamento de Transporte dos EUA.

O fato de os carros elétricos serem menos propensos a incêndios não significa que tais episódios sejam impossíveis de acontecer — vide os exemplos de Hong Kong e da Bélgica, dois anos atrás. Mas não se trata, como o morador parece ter pressuposto, de uma condição pré-determinada às baterias.

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