Algoritmo pode prever Alzheimer com precisão de quase 100%

Lucas Soares03/09/2021 14h50
Representação gráfica de doenças degenerativas cerebrais
Representação gráfica de doenças degenerativas cerebrais (Imagem: Naeblys/Shutterstock)
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Um algoritmo desenvolvido por pesquisadores da universidade de Kaunas, na Lituânia, consegue prever um possível Alzheimer a partir de imagens cerebrais com uma precisão de 99%. Para isso, o computador analisa imagens de ressonâncias magnéticas feitas do cérebro do paciente.

A máquina compara as imagens obtidas com um arquivo com registros de 138 pessoas e encontra sinais iniciais de um Alzheimer, mesmo antes dos primeiros sintomas aparecerem. Mesmo com os sinais, a pessoa pode não necessariamente desenvolver a doença, pois também pode ser um sintoma de outras doenças relacionadas, mas é mais um indicador e possível auxiliar para orientar para uma avaliação por um profissional médico.

“Profissionais médicos de todo o mundo buscam conscientizar as pessoas sobre o diagnóstico precoce do Alzheimer, o que proporciona aos afetados uma chance maior de se beneficiarem com o tratamento. Essa foi uma das questões mais importantes para a escolha de um tema para Modupe Odusami, um estudante de doutorado da Nigéria”, diz Rytis Maskeliūnas, um dos chefes da pesquisa.

Algoritmo pode prever Alzheimer

Teoricamente, essa analise poderia ser feita de forma manual, no entendo, isso exigiria tempo e conhecimentos específicos. Com o algoritmo, as imagens se enquadram em seis categorias diferentes: desde saudáveis, passando pelo espectro do comprometimento cognitivo leve (MCI), até a doença de Alzheimer em estágio mais avançado.

“Embora esta não tenha sido a primeira tentativa de diagnosticar o início precoce do Alzheimer a partir de dados semelhantes, nosso principal avanço é a precisão do algoritmo. Obviamente, esses números elevados não são indicadores do verdadeiro desempenho na vida real, mas estamos trabalhando com instituições médicas para obter mais dados”, completa Maskeliūnas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Alzheimer é a causa mais frequente de demência no mundo, sendo responsável por 70% dos casos da condição, afetando mais de 24 milhões de pessoas.

“As tecnologias podem tornar os medicamentos mais acessíveis e baratos. Embora nunca irão (ou pelo menos não em breve) substituir verdadeiramente o profissional médico, as tecnologias podem encorajar a busca de diagnóstico e ajuda em tempo oportuno”, finaliza Maskeliūnas.

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Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.