Se algum dia uma máquina do tempo for inventada, e o viajante voltar para o ano 2000 para tentar entrar em contato comigo na época, provavelmente me encontrará em casa, na frente do PC, clicando no mouse freneticamente enquanto enfrento demônios em ‘Diablo II’.  Já era vidrado na franquia desde o primeiro jogo, e sua continuação só elevou tudo a um novo patamar. Se passariam 12 anos até que tivesse uma continuação, e 21 anos até retornar em toda sua glória, remasterizado, em ‘Diablo II: Ressurected’ para PC e, pela primeira vez, para consoles.

Há uma onda (natural, levando em conta a chegada da nova geração) de relançamento de games antigos em versões remasterizadas. Em vários casos, essas novas versões trazem até um certo demérito para os jogos, que não envelheceram bem e cujos defeitos acabam acentuados.

Definitivamente, não é o caso de ‘Diablo II: Ressurected’, que graças à decisão da Blizzard de manter o gameplay original (e quase perfeito), modernizando apenas alguns detalhes, principalmente visuais, trazem um jogo sólido e uma experiência tão satisfatória quanto há 20 anos atrás.

O título inclui o jogo original remasterizado e o conteúdo da expansão ‘Lord of Destruction’ – ou seja, as classes de personagem Assassina e Druida estão presentes, junto com os outros selecionáveis Amazona, Bárbaro, Necromante, Paladino e Maga, cada um com suas habilidades e equipamentos. No modo online, aprimorado para a Battle.net, é possível formar grupos bastante diversos, com até 8 jogadores, e aproveitar o melhor de cada classe.

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Todos os modelos 2D originais, com base em sprites, receberam um tratamento de renderização 3D, incluindo personagens, adversários, itens e cenários. O visual aprimorado ainda inclui novas animações cinemáticas, iluminação dinâmica, novas texturas e efeitos visuais.

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Essa “modernização com respeito” traz um efeito interessante, já que jogar ‘Diablo II: Ressurected’ não é igual a jogar a versão original, mas está mais para a lembrança que eu tinha de jogá-lo lá no ano 2000, entende? Me impressionar com os gráficos, ficar tenso com a trilha sonora e querer finalizar “só mais essa dungeon” antes de salvar e sair.

DIABLO® II: RESURRECTED
Personagens, inimigos, magias e cenários foram totalmente remodelados em ‘Diablo II: Ressurected’. Imagem: Blizzard Entertainment/Divulgação

Se você é saudosista raiz, é possível alternar entre os gráficos novos e os antigos com o toque de um botão – assim como a desenvolvedora fez, por exemplo, no ‘Blizzard Arcade Collection’ –  e até aumentar o zoom para explorar o mundo do jogo em ainda mais detalhes.

Algumas coisas, porém, mudaram na nova versão, mas agregaram em “qualidade de vida” para o jogador. Ouro que os inimigos dropam agora é coletado automaticamente, bem como o preenchimento das poções nos atalhos do cinto. Com o aprimoramento do multiplayer, uma roda de emotes foi criada para agilizar a comunicação. E o que quase me fez chorar durante o jogo: organização automática do inventário.

DIABLO® II: RESURRECTED
‘Diablo II: Ressurected’ mantém a atmosfera sombria do jogo clássico de 2000. Imagem: Blizzard Entertainment/Divulgação

‘Diablo II’ já era quase que infinitamente jogável, pela natureza da construção dos mapas e masmorras. Com um modo multijogador melhorado, mais integração com a Battle.net, a possibilidade de levar sua progressão de personagens entre plataformas diferentes e controles mais acessíveis, ‘Ressurected’ pode ter uma vida ainda mais longa.

‘Diablo II: Resurrected’ será lançado mundialmente para PC Windows, Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation4 e Nintendo Switch nesta quinta-feira (23). A cópia do jogo utilizada para review foi gentilmente cedida pela Blizzard Entertainment.

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