A Rolls-Royce está dando sinais de que um carro elétrico com sua marca está chegando. Em um anúncio oficial, a montadora britânica, reconhecida pelos seus modelos luxuosos, fez a introdução do que será declarado com mais detalhes ainda esta semana, na quarta-feira (29/09).

A estratégia de eletrificação da Rolls-Royce foi definida em três pontos: a marca apresentará um carro totalmente elétrico nesta década (2020 – 2030); este carro será um BEV (veículo elétrico a bateria) puro, não um híbrido de qualquer tipo; o carro será lançado apenas quando chegar a hora certa e cada elemento atender aos padrões técnicos, estéticos e de desempenho da empresa.

Uma viagem aos primórdios

Em seu post oficial, a empresa fez uma viagem às suas origens, onde se coloca como entusiasta da eletrificação automotiva desde o surgimento dos carros, no início dos anos 1900.

C. S. Rolls, co-fundador da Rolls-Royce, em um carro elétrico no ano de 1898
C. S. Rolls, co-fundador da Rolls-Royce, em um carro elétrico no ano de 1898 – Divulgação/Rolls-Royce

Conforme registra em seu texto, quando os automóveis estavam nascendo, o motor de combustão interna não era exatamente o meio padrão de propulsão. Engenheiros e fabricantes estavam indecisos entre combustão interna, energia a vapor e energia elétrica.

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Após a energia a vapor se mostrar claramente inviável, restou à combustão interna e à energia elétrica serem melhor observadas.

O texto da Rolls-Royce traz que os mesmos problemas enfrentados para a adoção da eletricidade nos carros hoje fizeram, na época, com que os motores de combustão fossem efetivados. Ou seja, questões como alcance limitado e falta de infraestrutura de carregamento inviabilizavam o sucesso dos EVs.

Os carros elétricos sempre foram atraentes

Charles S. Rolls, co-fundador da empresa, foi citado por Torsten Müller-Ötvös, atual CEO da Rolls-Royce Motor Cars, como tendo dito algo “profético”. Em abril de 1900, Rolls disse ao Motor-Car Journal que “os carros elétricos são perfeitamente silenciosos e limpos. Não há cheiro ou vibração e devem se tornar muito úteis quando estações de carregamento fixas puderem ser organizadas”.

A declaração continuou e, de certa forma, reforçou a distância temporal entre aquela época e os dias atuais. “Mas, por enquanto, não prevejo que eles [os carros elétricos] serão muito úteis. Pelo menos por muitos anos”. 120 anos depois, estamos vendo a Rolls-Royce efetivamente fazendo a transição para a propulsão elétrica.

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De acordo com a empresa, as características que lá atrás tornaram a energia elétrica atraente para as montadoras agora são extremamente práticas para uso em automóveis de luxo. Estamos falando de recursos como operação silenciosa, torque instantâneo, enorme potência e ausência de gases de escapamento.

O Phantom EE e o 103EX

Phantom EE
Phantom EE – Divulgação/Rolls-Royce

Sobre veículos elétricos mais recentes carregando a marca Rolls-Royce, o post da empresa trouxe os experimentais Phantom Experimental Electric (EE) e o conceito 103EX. O primeiro (que recebeu o codinome 102EX) nunca foi projetado para produção. Ao invés disso, em 2011, o carro serviu como um teste para clientes VIPs, mídia e técnicos experimentarem a propulsão elétrica de um modelo da empresa.

O motor V12 a gasolina de 6,75 litros e a caixa de câmbio do Phantom original foram substituídos por uma bateria de íon-lítio e dois motores elétricos montados na subestrutura traseira. Eles foram conectados a uma transmissão de uma velocidade com diferencial integrado.

Este sistema deu uma potência máxima de 290 kW e torque de 800 Nm, em comparação com 338 kW e torque máximo de 720 Nm (entregue a 3.500 rpm) para o Phantom V12 da época. O alcance limitado do EV, os longos ciclos de carregamento e a bateria de três anos eram o revés que a Rolls-Royce claramente notou.

103EX da Rolls-Royce

103EX – Divulgação/Rolls-Royce

Já o conceito 103EX foi lançado em 2016, trazendo uma visão de longo prazo da marca em mobilidade de luxo. O carro foi construído em torno de princípios de design como a carroceria Coachbuilt (maneira artesanal da Rolls-Royce de construção de carroceria), um assistente virtual e um motorista com inteligência artificial.

Construído em uma plataforma leve avançada e movido por um trem de força proprietário, totalmente elétrico, o carro a motor é completamente autônomo. O sufixo EX, assim como no Phantom EE, confirma que 103EX era um carro puramente experimental, nunca destinado a entrar em produção.

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