O atual CEO da WarnerMedia, Jason Kilar, admitiu durante participação na Vox Media Code Conference que houve uma falha de planejamento e comunicação no anúncio do lançamento simultâneo para as principais produções do cinema no HBO Max. Na época – e algo que se perdura com membros da indústria até agora, se criou uma grande polêmica. Outros estúdios adotaram estratégias parecidas, porém nunca houve concordância.

A prática levou filmes como ‘‎‎Mortal Kombat‘, ‘Godzilla vs. Kong‘‎‎ e‎‎ ‘O Esquadrão Suicida‎‎‘ ao catálogo da plataforma de streaming simultaneamente à exibição cinematográfica. A medida, inclusive, está mantida para ‘Duna‘ e ‘Matrix Resurrections‘. “Eu serei o primeiro a dizer: a responsabilidade está sobre meus ombros”, afirmou Killar.

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Carrie-Anne Moss como Trinity e Keanu Reeves como Neo / Thomas Anderson em 'The Matrix Ressurections'. Imagem: Warner Bros. Pictures/Divulgação
Carrie-Anne Moss como Trinity e Keanu Reeves como Neo / Thomas Anderson em ‘The Matrix Ressurections’. Imagem: Warner Bros. Pictures/Divulgação

“Pensando bem, deveríamos ter levado quase um mês para ter mais de 170 conversas – que é o número de participantes que estão [impactados pela decisão do estúdio] em 2021. Tentamos fazer isso em um período de tempo reduzido, menos de uma semana, porque é claro que haveria vazamentos, todos opinariam se devemos fazer isso ou não fazer isso”, explicou o executivo.

Em dezembro de 2020, a WarnerMedia anunciou que uma lista de 17 lançamentos para o ano estaria chegaria ao também ao HBO Max por um período de um mês – que começaria no mesmo dia do cinema do filme A decisão rapidamente atraiu a ira de cineastas, como Christopher Nolan, Denis Villeneuve e Patty Jenkins. Então, a Warner Bros. foi obrigada a desembolsar milhões de dólares para “acalmar” grandes nomes que estavam descontentes com a mudança.

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Por mais que o arrependimento ocorra, o ponto de vista de Kilar é que a reação da Warner às consequências foi bem-sucedida. Inclusive, ele reiterou o compromisso para 2022 de uma janela de lançamento exclusiva nos cinemas por, no mínimo, 45 dias antes do filme ir para o streaming.

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“Dissemos desde o início que trataríamos cada filme como um blockbuster, do ponto de vista econômico, para os participantes [do estúdio], que seríamos justos e generosos, faríamos a coisa certa”, comentou Kilar. “A boa notícia é que sim, e trabalhamos muito para fazer isso. E agora estamos em uma situação muito boa”.

No Brasil, vale ressaltar, a janela de exibição cinematográfica é de 35 dias, sem lançamento simultâneo.

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CEO pode perder o emprego

Killar admitiu ainda que se sente desapontado por provavelmente perder o emprego dentro de um ano. Isso porque a AT&T está no meio de um desmembramento da WarnerMedia para combiná-la com a Discovery, um negócio que deve ser fechado em meados de 2022, com as aprovações regulatórias pendentes. O atual CEO já informou ao atual plantel de funcionários que espera permanecer no conglomerado, pelo menos, até o início do ano que vem.

“O meu cargo de CEO da WarnerMedia vai embora assim que a transação for fechada”, afirmou o executivo. Questionado se ele estava desapontado por não ter a chance de continuar liderando o conglomerado de mídia, Kilar respondeu: “Eu sou humano, então, nesse contexto, sim”. Ele se recusou, porém, a discutir qual seria “a próxima aventura”.

“O último ano e meio que passei liderando a empresa foi o período mais profissional da minha carreira”, reconheceu. “Mas não é assim que a América corporativa funciona. Até que a transação seja fechada, continuarei a trabalhar para configurar a WarnerMedia pelos próximos cem anos”.

HBO Max teme o Amazon Prime Video?

Killar ainda afirmou na entrevista que a WarnerMedia vai gastar “mais de US$ 18 bilhões” em conteúdo em todas as áreas de negócios em 2021 e 2022, respondendo à previsão da Netflix de investir a mesma quantia no próximo ano.

Questionado se teme as concorrentes no mercado de streaming, o CEO da WarnerMedia citou a Netflix e a Disney como “bem posicionadas” para ter sucesso no negócio. No entanto, o executivo declarou que o Prime Video é um nome na indústria para ficar de olho. “A Amazon não trata o entretenimento como um hobby. Eles estarão no jogo por muito tempo”, disse ele.

Fontes: The Hollywood Reporter e Variety

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