O diretor da Nissan na Europa, Guillaume Cartier, confirmou nesta segunda-feira (18) que o pioneiro Nissan Leaf, elétrico lançado em 2010, será substituído por um crossover a partir de 2025. O modelo SUV será produzido na fábrica de Sunderland, na Inglaterra, e receberá um investimento de 1 bilhão de libras (aproximadamente R$ 7,6 bilhões) da montadora japonesa.

Diferentemente do Leaf, um hatch construído sob a plataforma EV, o novo crossover da Nissan será erguido na base CMF-EV, que também é adotada nos automóveis da empresa-irmã Renault. No presente, apenas dois veículos utilizam a plataforma: o Nissan Ariya e o Renault Mégane E-Tech — ambos lançados em 2021.

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Com o anúncio, a Nissan trabalha no futuro com cinco modelos eletrificados em seu portfólio central: Juke, Qashqai, Ariya e X-Trail, além do crossover para substituir o Leaf. A empresa japonesa ainda planeja recorrer aos parceiros Mitsubishi e Renault para obter plataformas para outros segmentos. “Um tópico que ainda está em aberto é entrada [os modelos mais baratos, referindo-se ao Nissan Micra, atualmente na 5ª geração]”, disse Cartier. “Neste sentido, o ponto fundamental é como oferecer um produto da Alliance [a união dos japoneses com Renault e Mitsubishi, em vigor desde 2016] com a marca Nissan.”

Serão produzidas 100 mil unidades anuais do crossover que vai entrar no lugar do Nissan Leaf. As baterias serão fabricadas pela chinesa Envision, parceira da fabricante japonesa desde 2018. Até 2025, a Nissan espera consolidar o processo de eletrificação em sua gama de veículos e prevê que, em 2030, 80% das vendas partam de carros movidos a bateria.

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Nissan Ariya
O Ariya é um dos primeiros automóveis da Nissan a serem construídos na plataforma CMF-EV, que também será a base do crossover que vai substituir o Leaf (Wikimedia/CC)

Hidrogênio fora de cogitação

Ainda nesta segunda-feira, o CEO da Nissan, Makoto Uchida, rechaçou qualquer possibilidade de investir em motores movidos a hidrogênio — uma alternativa que vem sendo testada pela rival Toyota. Em vez disso, o executivo reforça a aposta na produção de baterias elétricas.

“Nós já tivemos tecnologia de hidrogênio na Nissan e, em um mundo diferente, talvez ainda tivéssemos. Mas agora este [os veículos elétricos] é o nosso trunfo e é onde queremos estar”, disse Uchida, que promete divulgar novos detalhes sobre os planos da Nissan para o setor no fim do outono no Hemisfério Norte (entre novembro e dezembro).

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Do ponto de vista esportivo, a fabricante japonesa reforçou a permanência na Fórmula E, mas deixou em aberto se continuará a competir com carros de turismo na Europa. Atualmente, a marca envia automóveis não-oficiais para equipes no GT World Challenge.

Imagem: Karlis Dambrans/Shutterstock

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