Por que investir uma fortuna produzindo algo se você pode alugar de alguém e gastar muito menos, além de não precisar se preocupar com manutenção? Parece que a Nasa está seguindo essa linha de raciocínio, e, depois de gastar dezenas de bilhões de dólares no desenvolvimento de seu Sistema de Lançamento Espacial (SLS), resolveu pensar na hipótese de recorrer à indústria privada.

Ilustração mostra a decolagem do foguete SLS a partir da plataforma de lançamento no Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida. Imagem: Nasa/MSFC

De acordo com a Ars Technica, isso poderia garantir vida mais longa ao sistema: um único contratado assumiria a produção, propriedade do hardware de voo e operações, ao mesmo tempo que providenciaria a locação para outros contratantes.

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Dessa forma, a Nasa propõe ser um “inquilino âncora” do SLS – foguete que levará astronautas à Lua nas missões do programa Artemis – levando uma tripulação ao espaço uma vez por ano usando o foguete. Em outras palavras, a agência está se comprometendo a usar o problemático sistema de lançamento a longo prazo, estando ele nas mãos de um empreiteiro.

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Por que a própria Nasa não construiu um sistema mais barato?

A Nasa acredita que o empreiteiro poderia produzir o foguete pela metade do preço ou até menos em comparação com a “custo básico de voo” atual – o que, embora seja um objetivo louvável, levanta uma questão inevitável: por que a própria Nasa não construiu um foguete mais barato e prático em primeiro lugar.

Não está clara a razão pela qual qualquer entidade privada assumiria a produção e o aluguel do sistema, tendo em vista que não é exatamente um negócio atraente. O foguete custou mais de 30 bilhões de dólares e mais de uma década para ser desenvolvido.

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De acordo com estimativas de orçamento feitas em 2019, cada lançamento pode custar mais de US$2 bilhões. Uma empresa seria realmente capaz de reduzir os custos por lançamento? 

Ao contrário do sistema de lançamento pesado da SpaceX, a Starship, o SLS é totalmente dispensável, o que significa que nenhum dos componentes será reutilizado.

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Como aponta a Ars Technica, não seria a primeira vez que a agência espacial norte-americana tentaria “tirar o dela da reta” em um sistema de lançamento. Na década de 1990, a agência consolidou as operações do Ônibus Espacial para a United Space Alliance, contratada única.

Tendo em vista a tendência atual, a indústria já abandonou os foguetes caros e de uso único, o que seria uma dificuldade para a Nasa encontrar quem se interesse pelo negócio. Mas, dadas as relações existentes da agência e o orçamento anual do governo, é provável que um empreiteiro se apresente mais cedo ou mais tarde.

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