Empresa alemã firma acordo com UE para homologar tecnologia de célula de combustível de hidrogênio

Maior produtora de motores aeronáuticas na Alemanha, a MTU vê na célula de combustível de hidrogênio a principal fonte energética para o futuro
Por Lucas Berredo, editado por Gabriel D. Lourenço 04/11/2021 18h35
Dornier 228, avião movido a célula de combustível de hidrogênio, será testado em 2026
MTU Aero Engines/Divulgação
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A empresa de aviação alemã MTU firmou parceria com a Easa (sigla em inglês para Agência Europeia para a Segurança da Aviação), órgão responsável pela aviação civil na União Europeia, para esstudar a possível homologação de uma tecnologia de propulsão a partir de um sistema de célula de combustível de hidrogênio.

Maior produtora de motores aeronáuticos na Alemanha, a MTU vê o hidrogênio como um forte candidato a se tornar o principal sistema de propulsão para aviões no futuro. Isso porque a energia gerada pelo hidrogênio pode ser produzida a partir de fontes renováveis sem emitir gases de efeito estufa, o que ajuda a lidar com a poluição local do ar.

Na aviação, sabe-se que a segurança é uma prioridade máxima. Por conta disso, normas e regulamentos de aprovação e procedimentos de verificação inéditos precisam ser definidos com antecedência para a condução de testes.

“Quando se trata de homologar uma célula de combustível voadora [nome dado pela MTU ao sistema de propulsão], todas as partes envolvidas estão entrando em um território desconhecido”, explicou Thomas Frank, chefe de qualidade da MTU, em comunicado de imprensa. “Por isso, buscamos dialogar com os organismos de certificação em um estágio tão inicial.”

Planta do Balis Project
Planta do Balis Project, onde a MTU, junto ao governo alemão, testarão o primeiro avião movido a célula de combustível de hidrogênio (DLR/Divulgação)

Testes só começam em 2026

No ano passado, a MTU assinou acordo com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR, na sigla em alemão) para equipar um avião Dornier 228 com uma célula de combustível de hidrogênio e um motor elétrico com potência de 500 kW. A ideia é usá-lo como demonstrador de voo para a nova tecnologia.

Ao mesmo tempo, o DLR começou a construir uma moderna instalação dedicada ao sistema de células de combustível de hidrogênio, incluindo soluções de armazenamento e monitoramento.

A instalação — chamada de Balis Project — se estende por mais de 2 mil metros quadrados no norte da Floresta Negra e faz parte do Programa Nacional de Inovação para a Tecnologia de Células de Combustível e Hidrogênio, uma iniciativa pública da Alemanha. O projeto vai custar 26 milhões de euros (cerca de R$ 168,5 milhões) e é aonde DLR e MTU vão testar o futuro trem de força movido a hidrogênio.

Os testes com o avião movido a célula de combustível de hidrogênio têm início previsto para 2026.

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Redator(a)

Lucas Berredo é redator(a) no Olhar Digital

Gabriel D. Lourenço é redator(a) no Olhar Digital