Por questões de calendário, NASA concede mais voos tripulados à SpaceX

Segundo a agência, a empresa de Elon Musk é a única que está dentro das especificações técnicas para executar voos dentro do previsto
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 06/12/2021 17h58, atualizada em 07/12/2021 11h26
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Imagem: NASA/Divulgação
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A SpaceX recebeu um presente antecipado de Natal por parte da NASA, que comunicou que a companhia recebeu contratos adicionais para voos orbitais tripulados em 2022. O comunicado cita três voos assegurados, e também dá a entender que isso se deu após “uma revisão cuidadosa” para que a agência espacial americana pudesse cumprir alguns prazos.

“A NASA tem a intenção de emitir uma modificação única de fonte para a SpaceX adquirir até três voos tripulados adicionais para a Estação Espacial Internacional [ISS], como parte de seu programa Commercial Crew Transportation Capabilities (CCtCap)”, diz trecho do comunicado. “Os voos tripulados adicionais permitirão à NASA manter uma capacidade americana ininterrupta de acesso humano à estação espacial”.

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Nave Crew Dragon Resilience, uma das várias que a NASA e a SpaceX usam para voos comerciais tripulados ao espaço
A nave Crew Dragon Resilience, usada pela SpaceX em viagens orbitais: empresa de Elon Musk ganhou o contrato de mais três viagens tripuladas em direção à ISS (Imagem: SpaceX/Divulgação)

A NASA não afirma isso diretamente, mas a palavra “modificação” implica já ter havido uma empresa contratante anterior, mas que por razões de agenda e calendário, a agência preferiu mudar a fornecedora para a SpaceX, que já tem experiência na oferta de voos comerciais tripulados encomendados pela agência.

A “empresa anterior”, no caso, é a Boeing.

Há seis anos, a NASA concordou em contratar seis voos tripulados em direção à ISS – três pela SpaceX, três pela Boeing, que na ocasião começava a desenvolver o projeto Starliner. A SpaceX, até agora a única empresa a executar voos pelo contrato, pode exceder a sua premissa original até o segundo semestre de 2023. Por outro lado, a Boeing ainda não resolveu os diversos problemas do Starliner e sequer completou um teste que valide suas capacidades orbitais.

Em dezembro de 2019, um voo de teste executado pela Boeing apresentou diversos problemas de software. Na metade de 2021, outro voo foi cancelado devido a problemas em 13 válvulas de isolamento de oxidante. Com base em tudo isso, a NASA, que tem planos de lançamentos comerciais à ISS a cada seis meses, duvida que a Boeing terá o Starliner pronto para uso até 2023.

“A NASA aplaude a Boeing por sua investigação contínua no que tange ao tópico das válvulas de isolamento de oxidante descobertos antes do voo de teste não tripulado à ISS em agosto, priorizando a segurança sobre o prazo enquanto trabalhava para superar esse desafio”, disse Phil McAlister, diretor de voos espaciais comerciais da NASA.

O teste em questão – Orbital Flight Test-2 – será um teste de voo não tripulado para avaliar se o Starliner consegue se sair bem em uma viagem para fora da Terra. Depois disso, ele deverá executar uma missão tripulada de demonstração, a qual não deve ocorrer antes de 2023. Somente a partir do sucesso deste teste tripulado é que a Boeing poderá começar a voar de forma “oficial” pela NASA.

Apesar do remanejamento de voos da Boeing para a SpaceX, a NASA reafirmou seu desejo de alternar voos entre as duas espaçonaves – Crew Dragon e Starliner – quando ambas estiverem operacionais.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital