A agência espacial russa (Roscosmos) anunciou nesta segunda-feira (17) que a produção dos foguetes Proton, usados para o lançamento de cargas nacionais e comerciais ao espaço desde a década de 60, será encerrada neste ano.

Em um comunicado, o órgão afirmou que as quatro últimas unidades do foguete estão sendo produzidas no Centro Estatal Krunichev de Pesquisa e Design Espacial, em Moscou. Quando prontas, elas serão adicionadas a um estoque de 10 foguetes já prontos, que serão utilizados ao longo dos próximos quatro ou cinco anos.

Proton-M na plataforma antes do lançamento do satélite Arabsat5B em 2005
Imagem: alexpgp / Wikimedia Commons (CC-BY-SA 2.0)

A Rússia pretende substituir o Proton pelo Angara-5, em desenvolvimento desde 1991, que foi lançado em seu terceiro voo de teste em 14 de dezembro de 2021. O lançamento foi um sucesso, mas houve problemas na ignição do segundo estágio, que ficou à deriva e fez uma reentrada descontrolada sobre o Oceano Pacífico no início de janeiro deste ano.

O foguete Angara 5 poderá transportar até 7,5 toneladas a uma órbita de transferência geoestacionária (GTO), usada para colocar um satélite pairando sobre um ponto fixo da Terra. Para fins de comparação, o Proton leva 6,3 toneladas, e um Falcon 9 da SpaceX em configuração Full Thrust (FT) pode transportar até 8,3 toneladas.

publicidade

Leia mais:

O primeiro Proton partiu do cosmódromo de Baikonur, no atual Cazaquistão, em 1965. Desde então foram 426 lançamentos, com uma taxa de falhas de 11,2%. Uma das mais espetaculares ocorreu em 2013, e foi causada por sensores instalados de cabeça para baixo, o que fez o foguete dar uma “pirueta” após deixar a plataforma de lançamento.

Concorrentes do Proton, como os Falcon 9 e Falcon Heavy da SpaceX, tem um custo por lançamento menor e mais confiabilidade: de 139 lançamentos, 137 tiveram sucesso. Isso se traduz em uma taxa de falhas de apenas 1,44%.

Mas para competir com a SpaceX, os russos terão de trabalhar duro para reduzir o custo de lançamento do Angara-5, dos atuais US$ 100 milhões para US$ 57 milhões, objetivo que o país pretende alcançar em 2024. Para comparação, o custo de lançamento de um Falcon 9 reutilizado é atualmente estimado em US$ 50 milhões.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!