Estação Espacial Internacional abriga primeiro experimento arqueológico no espaço

Por Flavia Correia, editado por Rafael Rigues 18/01/2022 14h09, atualizada em 19/01/2022 14h38
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A Estação Espacial Internacional é retratada de uma janela a bordo da SpaceX Crew Dragon Endeavour, durante um sobrevoo ao redor do laboratório orbital que ocorreu após seu desencaixe do porto espacial do módulo Harmony, em 8 de novembro de 2021. Imagem: Centro Espacial Johnson - Nasa
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Um projeto arqueológico que começou nesta semana na Estação Espacial Internacional (ISS) pode ser o primeiro do mundo — ou de todo o sistema solar — a acontecer no espaço sideral.

Liderado por Alice Gorman, professora associada da Universidade Flinders (Austrália), e Justin Walsh, professor associado da Universidade Chapman na Califórnia (EUA), o experimento, conhecido como Projeto Arqueológico da Estação Espacial Internacional (ISSAP), é o primeiro estudo do tipo em um habitat espacial.

“Somos os primeiros a tentar entender como os humanos se relacionam com os itens com os quais vivem no espaço”, diz o professor Walsh. “Ao trazer perspectivas arqueológicas para um domínio espacial ativo, somos os primeiros a mostrar como as pessoas adaptam seu comportamento a um ambiente completamente novo”.

Segundo a Flinders, ISSAP faz parte do programa Sampling Quadrangle Assemblages Research Experiment, ou SQuARE, e fará uso da técnica mais básica para a amostragem de um sítio arqueológico: o poço de teste (adaptado).

“Quadrados” de estudo foram marcados com fita adesiva na Estação Espacial Internacional

Enquanto arqueólogos na Terra cavam quadrados (daí o nome “square” – quadrado em inglês) de um metro para entender um local e planejar mais estudos, a equipe da ISSAP usará fita adesiva para definir áreas de um metro na ISS e, em seguida, usar fotografias diárias para estudar como os espaços são usados.

“Em vez de investigá-las para revelar novas camadas de solo que representam diferentes momentos da história do local, vamos fotografá-las todos os dias para identificar como estão sendo usadas e como elas mudam com o tempo”, explica Gorman.

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“Praça” demarcada em frente ao banheiro da ISS, uma das áreas que serão monitoradas por fotografias diárias durante 60 dias. Imagem: ISS Archaeological Project

Feitas pela astronauta da Nasa Kayla Barron na tarde de sexta-feira (14), as “praças” foram dispostas em locais que representam trabalho e lazer, como uma mesa de cozinha, uma estação de trabalho e a parede em frente ao banheiro.

Como parte do experimento, a própria equipe da ISS também escolheu um local adicional para estudo, com base em sua avaliação do que seria interessante documentar, com o último quadrado sendo colocado em um dos racks do módulo de laboratório dos EUA, Destiny.

Segundo Gorman, as fotografias serão tiradas diariamente durante os próximos 60 dias.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital