Uma imagem feita pela câmera CaSSIS a bordo do ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), um satélite administrado em parceria entre as agências espaciais europeia e russa (ESA e Roscosmos), flagrou sinais de geologia em movimento em Marte.

Há muito mais nessa imagem do que se percebe à primeira vista: aninhados no detalhe da face do penhasco que corta a cena, vários pedregulhos caem da borda do rochedo, deixando pequenas covinhas no material enquanto despencavam na encosta.
Imagem mostra formação rochosa associada a falhas tectônicas
Segundo a ESA, a imagem mostra uma fatia através do sistema em forma de labirinto da região apropriadamente chamada Noctis Labyrinthus. A característica semelhante ao penhasco que corre através da parte central da imagem é parte de um sistema horst-graben (formas de relevo associadas a falhas tectônicas) – compreendendo cumes e planaltos elevados (horst) em ambos os lados dos vales afundados (graben) criados como resultado de processos tectônicos que separaram a superfície do planeta.
Toda a rede de planaltos e trincheiras que compõem o Noctis Labyrinthus abrange cerca de 1,2 mil km, com penhascos individuais chegando a 5 km acima da superfície.
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Em outros lugares da imagem e, em particular, no lado direito, estão manchas de ondulações lineares que foram moldadas pelo vento. Algumas pequenas crateras de impacto também marcam a cena.
A imagem foi feita sobre a parte oriental do Noctis Labyrinthus, a 265,8°E/8,70°S no Quadrilátero de Phoenicis Lacus, perto do cruzamento com Lus Chasma de Valles Marineris – o “grand canyon” de Marte.
Satélite TGO ajudará missões futuras em Marte
O satélite TGO chegou a Marte em 2016 e iniciou sua missão científica completa em 2018. Conforme destaca a ESA, “a espaçonave não está apenas devolvendo imagens espetaculares, mas também fornecendo o melhor inventário de todos os tempos dos gases atmosféricos do planeta, e mapeando a superfície para identificar locais ricos em água”.
Ainda de acordo com a ESA, o TGO também fornecerá serviços de retransmissão de dados para a segunda missão ExoMars, composta pela plataforma Kazachok e o rover Rosalind Franklin, que chegarão a Marte em 2023.
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