“Rolling Stones” em Marte: satélite capta imagem de pedras despencando de rochedo

Por Flavia Correia, editado por André Lucena 18/01/2022 13h26, atualizada em 18/01/2022 14h15
superficie-Marte
Imagem: Evgeniyqw - Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma imagem feita pela câmera CaSSIS a bordo do ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), um satélite administrado em parceria entre as agências espaciais europeia e russa (ESA e Roscosmos), flagrou sinais de geologia em movimento em Marte. 

Foto tirada pelo satélite TGO mostra penhasco em Marte e pedras desabando pelo desfiladeiro. Imagem: ESA/Roscosmos/CaSSIS, CC BY-SA 3.0 IGO

Há muito mais nessa imagem do que se percebe à primeira vista: aninhados no detalhe da face do penhasco que corta a cena, vários pedregulhos caem da borda do rochedo, deixando pequenas covinhas no material enquanto despencavam na encosta.

Imagem mostra formação rochosa associada a falhas tectônicas

Segundo a ESA, a imagem mostra uma fatia através do sistema em forma de labirinto da região apropriadamente chamada Noctis Labyrinthus. A característica semelhante ao penhasco que corre através da parte central da imagem é parte de um sistema horst-graben (formas de relevo associadas a falhas tectônicas) – compreendendo cumes e planaltos elevados (horst) em ambos os lados dos vales afundados (graben) criados como resultado de processos tectônicos que separaram a superfície do planeta. 

Toda a rede de planaltos e trincheiras que compõem o Noctis Labyrinthus abrange cerca de 1,2 mil km, com penhascos individuais chegando a 5 km acima da superfície.

Leia mais:

Satélite TGO, uma parceria entre a ESA e a Roscosmos, explora Marte desde 2018. Imagem: ESA

Em outros lugares da imagem e, em particular, no lado direito, estão manchas de ondulações lineares que foram moldadas pelo vento. Algumas pequenas crateras de impacto também marcam a cena.

A imagem foi feita sobre a parte oriental do Noctis Labyrinthus, a 265,8°E/8,70°S no Quadrilátero de Phoenicis Lacus, perto do cruzamento com Lus Chasma de Valles Marineris – o “grand canyon” de Marte.

Satélite TGO ajudará missões futuras em Marte

O satélite TGO chegou a Marte em 2016 e iniciou sua missão científica completa em 2018. Conforme destaca a ESA, “a espaçonave não está apenas devolvendo imagens espetaculares, mas também fornecendo o melhor inventário de todos os tempos dos gases atmosféricos do planeta, e mapeando a superfície para identificar locais ricos em água”.

Ainda de acordo com a ESA, o TGO também fornecerá serviços de retransmissão de dados para a segunda missão ExoMars, composta pela plataforma Kazachok e o rover Rosalind Franklin, que chegarão a Marte em 2023.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.